Vaidade das Riquezas

Nesse último domingo de abril estudaremos mais um ponto do livro de Eclesiastes, dando sequência ao nosso tema anual. E um assunto bem importante do livro é a questão do amor ao dinheiro e a riquezas, que o poeta bíblico define com uma grande vaidade. Esse, de fato, é um dos assuntos importantes que permeiam a bíblia com um todo. Vamos refletir o que vem a ser esse pecado perigoso e como a bíblia nos apresenta seu antidoto para combatê-lo.

Eclesiastes nos fala claramente que o amor ao dinheiro e o ajuntar das riquezas, que são a mesma coisa, trazem muito dissabor e desgosto para aqueles que se enveredam nessa caminhada sem fim. Ele também nos diz da dura realidade da morte, que é para todo o nascido de mulher, e que nada podemos levar conosco para o além-túmulo – tudo fica por aqui mesmo, para o litígio dos herdeiros. Uma as coisas interessantes que Salomão fala é que as riquezas, quem alcança muito dinheiro, precisa entender que isso veio de Deus (5.19), pois a saúde, inteligência, perspicácia, oportunidades, e tudo mais, são coisas que só o Criador pode dar.

Além do texto de Eclesiastes 5 e 6 onde o rei Salomão, um dos homens mais ricos e poderosos da humanidade, nos adverte do perigo das riquezas, há também no Novo Testamento (Mateus 6.24-34) uma palavra de Jesus muito semelhante. O texto de Mateus completa essa ideia quando nos fala que não podemos servir a Deus e as riquezas. A palavra traduzida ali por “riquezas”, no original grego, é MAMOM. A raiz da palavra está ligada a uma deidade dos caldeus, que estaria também ligada a Plutão, deus da riqueza, na divindade grega. Jesus usa o termo como uma personificação de uma deidade para contrapô-la com a pessoa de YAHWEH, nosso Deus. Ele estaria usando o nome Mamom, um deus pagão, em oposição ao Deus verdadeiro, por isso ele disse que não havia condição de servir a ambos – uma escolha deveria forçosamente ser feita.

A deidade “Mamom” não é mais adorada em nossa sociedade, mas creio que o seu espírito continua agindo poderosamente nos dias de hoje, talvez muito mais ativo do que entre os caldeus. Ele é quem infunde em nossas mentes o desejo de buscar e amar este mundo, o dinheiro e os bens materiais acima de todas as coisas. E devemos nos lembrar de que é pelo amor ao dinheiro que tudo de mal entra na vida das pessoas (1 Timóteo 6.10). Não amar o dinheiro é o mesmo conselho que Salomão nos dá em seus escritos sábios.

Lembre-se que Deus não está colocando o dinheiro, bens e riquezas como pecados em si mesmos, mas o pecado está no amor que devotamos a eles. A idolatria é o centro da questão. Quando colocamos o nosso coração naquilo que não é no Deus verdadeiro, outro deus ocupa o centro de nossas atenções. A questão aqui é clara: servir a Mamom (o amor ao dinheiro, bens e riquezas) ou servir ao Deus verdadeiro.

Jesus nos ensina que, para vivermos na dependência do Deus Criador, precisamos ter a nossa fé como a fé dos pardais. Isso é algo que precisamos aprender. Esse é o antídoto celestial para que não caiamos nas armadilhas de satanás com respeito a amar as riquezas e o dinheiro. Jesus nos lembra que os pardais não ficam ansiosos com o dia de amanhã. Eles sabem de algo que nós, seres humanos, precisamos aprender. Eles têm uma revelação divina de que Deus é quem cuida deles, e se amanhã não lhes for permitido viver, eles saberão que Deus assim o quis; assim descansam.

É bem verdade que não somos pardais, e nem plantas, mas Jesus usou essa analogia com seus discípulos, mesmo sabendo disso. Precisamos aprender a descansar num Deus paterno e que cuida de nós simplesmente pelo fato de que ele nos ama. Assim, espantaremos Mamom de nossas vidas e serviremos ao Deus Todo-Poderoso, para nossa alegria e serenidade.

Quando aceitamos e cremos que Deus controla todas as coisas e cuida de nós, o espírito de Mamom não nos afeta mais. Ele perde o poder contra nossas vidas. Quando compreendemos que Deus é quem tem todo o poder, e não o dinheiro, ou meu emprego, ou a caderneta de poupança, ou nossos bens, etc., aí sim, temos a vitória sobre a ansiedade e o medo. A nossa fonte de sustento e provisão não é, nunca foi, e nunca será Mamom, mas é Deus, o todo poderoso!

Vaidade grande é correr atrás de dinheiro, bens e riquezas; alegria, gozo e paz excepcionais são os resultados daqueles que correm atrás de Jesus e da vida abundante que ele nos prometeu; uma vida repleta de propósito e satisfação, cheia de gratidão, contentamento e muitas bênçãos.

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