Unidade na Diversidade e em Amor

Lembrei-me dessa canção: “Somos corpo, assim bem ajustados, totalmente ligados, unidos, vivendo em amor“. A tônica dela, que cantamos comumente em nossa igreja, fala de uma verdade que muitas vezes não é experimentada em muitas comunidades cristãs por aí. Contudo, é dessa forma que deveríamos viver e, como que de forma bem natural, a unidade do corpo de Cristo deveria ser revelada em plena harmonia em todos os nossos relacionamentos, mas especialmente na igreja local, nas comunidades de fé espalhadas pelo mundo.

Nós cristãos somos chamados para viver, como filhos e filhas de Deus, irmãs e irmãos uns dos outros, em harmonia. Especialmente nós, como Missionais, somos convocados a promover o bem daqueles que estão conosco nessa nossa árdua caminhada. Devemos nos lembrar que temos um compromisso de prover e receber cuidados para nossa alma e para às dos nossos companheiros de jornada. Essa é a tarefa de cada pessoa que ama a Deus e ama ao próximo, como Jesus nos ensinou. Temos a responsabilidade de expressar o amor de Deus através de nossas vidas – bem vividas. Assim, a unidade preciosa em amor precisa ser buscada com todas as nossas forças.

Como corpo, família, edifício bem ajustado, precisamos pensar no porque é tão difícil essa história de relacionamento interpessoal salutar e unidade repleta de amor. Creio que relacionamentos, de uma maneira geral, são muito complicados porque implicam em mutualidade, e isso vem através do diálogo e da boa percepção de quem você é e de quem é o outro. É também complicado porque não podemos mudar ninguém. Devemos, sim, é esperar em Deus para que ele nos transforme primeiro e depois essa transformação alcance o nosso companheiro de jornada de maneira contagiante. Precisamos lembrar de que a auto mudança é que é a chave do sucesso de uma vida plena de realizações.

Relacionamentos são complicados porque temos de dar de nós mesmos. Para que o relacionamento seja visceral e sem reservas, se faz necessário a doação de sua vida. Precisamos investir no outro, pois quando “gastamos” nossa vida com o outro, fazemos possível um relacionamento que realmente é relevante.

Assim, uma igreja unida, autêntica e acolhedora tem profunda consideração entre seus membros e preza a unidade em amor, e relacionamentos salutares. Nelas é comum observar que os irmãos e irmãs defendem a honra uns dos outros, se importam uns com os outros, e que há nelas uma expressão santa de afeto e carinho – as pessoas se abraçam e se beijam com amor fraternal puro. Não há acepção de pessoas – todos se sentem bem e há consideração uns pelos outros por parte de todos. Os idosos são bem tratados, os jovens respeitados, as crianças têm seu espaço, e todos se sentem importantes para a edificação do corpo em busca constante pela unidade. É assim que percebo nossa querida igreja, a Missional, e louvo a Deus pela nossa comunidade de fé.

Isso revela que o amor não é somente uma emoção nem uma inclinação favorável das sensações humanas, mas uma ação correta e concreta na direção do outro, uma ação intencional e volitiva na direção do amor e do respeito, uma ação que procura a unidade e respeita, acima de tudo, as diferenças. Isso é unidade na diversidade em amor!

Somos uma igreja missional que compreende suas responsabilidades cristãs para com o Evangelho deixado a nós, para ser pregado com nossas vidas. Não há outra forma e nem outra razão para viver. Somos convocados a viver para Deus e não para nós mesmo. Somos chamados para uma tarefa muito mais excelente do que nascer, crescer, estudar, trabalhar, casar, ganhar dinheiro, juntar dinheiro, e morrer… Somos chamados a responder a um chamado nobre e sublime – cumprir a missão de Deus, servir a Causa, servir ao Reino, e servir ao nosso amado Rei. E isso começa e termina pelos nossos relacionamentos e pela preservação da unidade em Cristo e em amor, o cabeça desse corpo lindo e dinâmico.

Que Deus nos capacite para vivermos dessa maneira!

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