Um Deus Soberano

Nada do que fazemos ou deixamos de fazer pode alterar a vontade soberana e santa de nosso Deus soberano e santo. Nem as nossas mais piedosas preces, nem o nosso maior esforço, nem a nossa devoção mais intensa, nem a entrega completa de todos os nossos bens e tesouros, nem todas as causas justas que defendamos, nem qualquer outra coisa, nada pode alterar o que Deus tem preparado e planejado para cada um de seus filhos. Nada pode frustrar os seus planos e designíos, como bem disse o amigo Jó (42.2).

E, também, nada pode atrair a atenção de Deus para nós e nossos desejos, muitas vezes fúteis; nem toda a nossa demanda justa, com base em nossos esforços, nem nossas boas intenções e perfeição moral. Até o meu sofrimento “interminável” ou minha dor mais profunda, não podem ser motivos pelos quais Deus “deva” se voltar para mim e me atender as preces. Deus sabe dos nossos sofrimentos, os legítimos e os nem tanto, e nem por isso terá “pena” de nós, pois nos ama e sabe cada um de nossos caminhos e as lutas que enfrentamos em todos eles – e sabe o que é melhor para nós, até nos mais difíceis. Ele não nos poupa, pois nos ama!

Vocês entendem que Deus é quem controla tudo e todas as coisas? E mesmo aquelas que pensamos ser o caos e a desordem, ele nunca perdeu, nem perde, e muito menos perderá o controle delas. Ele desenhou e arquitetou um plano perfeito, mesmo que pareça ser, por nós e para nós, inaceitável e inconcebível. Foi assim, inclusive, com o seu filho – uma tragédia sem precedentes, desde sua concepção sobrenatural, e questionada por muitos, até a sua morte cruel, trágica e injusta. Nem todas as orações de Jesus, nem todas as suas demandas, nem todos os seus argumentos de sua vida perfeita e pura, poderiam alterar o plano divino de levá-lo àquela cruz sangrenta. E ele é Seu filho amado…

Muitos segmentos religiosos, até entre os chamados evangélicos, dizem que a nossa oração “muda o coração de Deus”, e que se fizermos as nossas petições com fé, receberemos conforme pedimos. Há nisso um argumento de falácia, pois, é claro que Deus quer nos responder favoravelmente cada uma de nossas preces, contudo, somente responderá o que estiver de conformidade com Sua perfeita, boa e agradável vontade – que necessariamente nem sempre é a nossa.

Gostaria de aplicar essas verdades para as nossas vidas: Se entendermos esse conceito da soberania de Deus e aceitá-lo com tranquilidade, aí descansamos nele as nossas vidas e a dos nossos queridos ao meu redor. Eu descanso porque entendo que ele decidiu que fosse assim, e assim se fez, assim se faz e assim se fará – a decisão é dele, e dele exclusivamente. Eu não coopero, nem interfiro, em Seus propósitos eternos e soberanos. Ele diz e assim será!

Lembrem-se de que saber disso não nos tira a responsabilidade de, cotidianamente, tomar boas decisões e viver de forma sábia e prudente, desviando-nos do mal e amando somente a Deus. É vivendo intencionalmente dessa forma que “confirmamos”, de forma prática, a Sua escolha amorosa para vivermos eternamente com Ele e com seu filho Jesus Cristo, nosso irmão mais velho.

Se eu creio e entendo isso tudo, eu vivo mais em paz, e os meus sofrimentos e lutas passam a ter uma perspectiva muito diferente e bem mais ampla. Eu consigo projetar cada uma de minhas lutas e desilusões para dentro de Sua soberana vontade. Quando eu entendo essa perspectiva de vida, eu sofro menos – e olha que sofremos! Quando vivo assim, eu entendo melhor as questões da vida e acolho melhor as provações e privações que passo. Eu sofro menos quando sei que tem alguém que está dirigindo a minha existência com precisão, e muitas vezes na direção do deserto ou das tempestades.

Minha oração é que aprendamos a confiar definitivamente nos cuidados soberanos de nosso Pai, para que vivamos em paz conosco mesmos, com o outro e com Ele. Fica aí o desafio!

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