Deus é a fonte de toda a sabedoria, Ele a revela em nós para que possamos ter um relacionamento com Ele e para que possamos entender Sua vontade para nós como povo eleito. A sabedoria deve ser um alvo constante na vida do cristão. Jó 28.12-28 nos revela mais do que Deus tem para nós através da sabedoria. Ela é uma dádiva de Deus através da fé (Tg 1.4-5). Aquele que se intitula sábio, ou seja, sábio aos próprios olhos, é um tolo aos olhos de Deus.
O presb. Alessandro, em seu sermão, deixou claro que o “temor do Senhor” consiste em reconhecer primeiramente quem é Deus. Entender sua magnitude, sua glória, sua onipotência e total soberania sobre tudo e sobre todos. Na outra face está o reconhecimento de quem eu sou. Entender minha pequenez e minha total dependência no Eterno Criador. O temor do Senhor está diretamente relacionado com a minha intimidade com o próprio Deus, de forma que sou incitado a ter comunhão plena com Ele, amando-o e buscando-o incessantemente de todo o meu coração, de toda a minha alma e de todo o meu entendimento. Sem este relacionamento diário com Deus, é impossível sabermos quem ele é e quem nós somos. Algumas vezes, o temor do Senhor consiste em realmente ter medo das consequências do nosso pecado. Ao entendermos a glória e santidade de Deus, olhando para nossa natureza pecaminosa, literalmente temos medo do que pode nos acontecer. O profeta Isaías descreve essa situação quando ele vê a glória do Senhor e expressa “… ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos (Is 6.5). Em ambas as situações, seja no temor de comunhão, seja no temor do medo, há obrigatoriamente o reconhecimento de quem Deus é e de quem eu sou.
Sou então constrangido a me apartar do mal. Ao adquirir a sabedoria que vem do alto, com temor e tremor eu entendo quem Deus é e quem eu sou. Não tenho outra opção a não ser, movido pelo Santo Espírito de Deus, negar a minha natureza má, contrária à Santidade do Altíssimo, e viver uma vida santa, segundo o exemplo do nosso Mestre, Senhor e Salvador Jesus. E é Ele, o próprio Cristo, que nos chama: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me (Lc 9.23). Apartar-se do mal é buscar uma vida santa como a de Jesus. É ter a ousadia do apóstolo Paulo em afirmar: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo (I Co 11.1)”. Apartar-se do mal requer de nós uma atitude, uma ação. Não fomos chamados para sermos abençoados passivamente. Somos chamados para sermos discípulos e fazermos discípulos de Cristo. Verdadeiros instrumentos abençoadores aonde quer que estejamos.
Somos chamados para proclamar as maravilhas do evangelho salvador de Jesus Cristo. Isso sim é apartar-se do mal. É estar disposto a sofrer as consequências de ser um imitador de Cristo. Jesus deixa claro que nós não somos deste mundo, o qual jaz no maligno. Ele roga ao Pai que nos proteja do mal (Jo 17:15.19). O mal não está somente “lá fora” no mundo. Ele faz e fará parte da nossa vida por meio da nossa natureza pecaminosa herdada na queda dos nossos pais (Rm 7.15.19). Portanto, nossa luta deve ser constante contra as nossas ações que ofendem a Santidade do Deus Pai. Essa luta não é contra a carne, e sim contra o reino das trevas (Ef. 6.12).
Para que possamos cumprir a missão de Deus em nossas vidas, é imprescindível que sigamos o provérbio de Salomão: “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; Teme ao Senhor e afasta-te do mal.
Solo Deo Gloria.