Sola Gratia, Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus e Soli Deo Gloria

No dia 31 de outubro comemoraremos 505 anos da Reforma Protestante. É um tempo para refletirmos sobre a importância daquele movimento para a história da humanidade, que revolucionou o pensamento e a atitude do mundo de então. Ela aconteceu no século XVI através de um monge alemão chamado Martinho Lutero. Inconformado com algumas posturas e atitudes da igreja cristã, dominada pelo papado de Roma, sugere mudanças para a igreja, que estava corrompida pelos interesses políticos e econômicos do clero.

O evento é de muita importância para a igreja e para a humanidade. A Reforma foi o embrião para todas as transformações e evoluções nas áreas da tecnologia, ciência, economia e no âmbito sociocultural dos séculos XVII e XVIII. Pela ação do monge Lutero, o mundo se deu conta de que a realidade poderia ser transformada a partir de atitudes pessoais. Muitas conquistas foram alcançadas e hoje gozamos de seus benefícios. Assim a Renascença e o Iluminismo, períodos da história pelos quais a humanidade avançou bastante, foram frutos diretos da influência da Reforma Protestante liderada por um homem sem muita expressão política.

Para a igreja, a reforma trouxe inúmeros resultados positivos. O primeiro deles foi devolver ao povo o direito de ler a Bíblia. Martinho Lutero traduziu a Bíblia para a língua do povo (antes, somente em latim e línguas originais) e incentivou a todos que a estudassem. Muitas verdades foram “descobertas” e foram desmascaradas muitas mentiras dos líderes religiosos, que tinham propósitos escusos de enriquecimento pessoal e manutenção de poder, subjugando a consciência fragilizada dos menos favorecidos.

Com a Bíblia nas mãos do povo, as interpretações de textos básicos assumem um papel importante no cristianismo. A polêmica questão da “compra” da salvação (indulgências) cai definitivamente por terra. A Bíblia apregoa salvação somente pela fé através da graça.  Não haveria mais necessidade de “pagar” para ser salvo, mas somente crer em Deus, que salva por Sua maravilhosa graça.

O texto de Efésios 2 nos relembra a necessidade de voltarmos aos princípios da reforma nestes dias turbulentos em que vive a igreja contemporânea. Paulo afirma que a vida de Deus em nós somente se tornou possível por causa de Jesus, e de Jesus somente. A razão é muito simples, pois estávamos mortos em nossos delitos e pecados, e Deus nos deu vida em Cristo. Foi exatamente isto que o Eterno fez.

O texto de Efésios também afirma que a misericórdia e o amor de Deus são os elementos que promoveram nossa salvação. O amor de Deus e sua misericórdia são claramente vistos na ação histórica redentiva de Jesus Cristo. Deus se revela por completo, inteiro, em Cristo, por seu grande amor e sua infinita misericórdia. E essa salvação só pode ser encontrada na pessoa e obra de Jesus Nazareno, o filho de Deus.

Pela Graça somos salvos, mediante a fé, e essa é a grande mensagem da Bíblia relembrada e apregoada no movimento da Reforma Protestante. Não se alcança salvação por méritos próprios nem por boas obras, e isso significa que toda a glória e honra a respeito de nossa salvação, é para Deus exclusivamente. A ele, portanto, todo o louvor.

Neste domingo comemoraremos o Dia da Reforma Protestante aqui em nossa igreja. É muito importante que pensemos sobre os ensinos que levaram aquele homem a tomar tal atitude corajosa. Precisamos, como Lutero, batalhar pela fé evangélica que nos foi entregue (Judas 3). Hoje é tempo de um retorno aos princípios da Reforma – volta às Escrituras e a uma vida de gratidão pelos atos de graça e misericórdia de Deus para conosco.

Que Deus nos ajude a enxergar esta realidade com clareza e a viver de conformidade com o seu precioso chamado.

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