Acabamos de sair do período de férias escolares.
Muitos viajaram para buscar um pouco de ar fresco e descanso. Outros, curtir parentes e amigos. Na verdade, não importa o motivo, pois o bom de tudo isso é que deixa em nós uma saudade!
A saudade acontece quando mexe com o nosso sentimento, nos faz bem! A saudade é sentida quando se entende que é importante; que é bom.
O texto de 2ª Crônicas traz uma mensagem desafiadora para nós, num tempo de correria e muitas tarefas. Ele narra a respeito de um rei cujo nome era Jeorão, filho de Josafá, um grande rei da descendência de Davi. Ele tinha mais 06 irmãos e, após a morte de seu pai, de forma cruel e egoísta, os matou, bem como alguns homens de alta posição no reino de Judá, ou seja, do Sul a fim de assegurar o domínio absoluto, sem ameaça ou possibilidade de subversão.
O interessante é que Deus usou o profeta Elias para enviar-lhe uma carta com um conteúdo pesado: Deus iria vingar a morte provocada por ele contra seus irmãos. E mais, Deus o deixaria colher os amargos frutos de sua maldade. Assim, foi. Ele ficou doente, sofreu perseguição e cerco pelos seus inimigos. O incrível é que, depois de agravar o seu quadro de saúde, veio a falecer. O pior é que o texto sagrado nos diz que morreu sem deixar saudades!
O que quero aplicar para nós nesta reflexão é simples: estamos comemorando o dia dos pais e como pais, qual a impressão que estamos deixando na vida de nossos filhos? É de conhecimento popular que temos diversos tipos de pais; o ciumento, o atencioso, o cuidadoso, o desleixado, aquele que apesar de ter filhos, nunca se tornou pai para eles e tantos outros. Portanto, nossa reflexão chama a atenção exatamente para atentarmos para o papel que Deus concedeu a nós pais (e pode aplicá-lo para mãe), uma vez que os filhos são herança do Senhor.
A coisa mais triste que podemos ver na vida de um filho é o seu pai partindo ou até mesmo longe de sua convivência e isso não significar absolutamente nada. Conheço casos assim. Conheço pessoas que quando ouviram que se pareciam com o pai, repeliram imediatamente a fala, dizendo inclusive que Deus os livrassem de serem parecidos. Triste, muito triste!
Essa foi exatamente a mesma experiência de um rei, o rei Jeorão. Essa é a experiência de muitos pais. São pessoas que não deixaram saudade, que não conseguiram deixar um vazio, um buraco em seu espaço, aliás, nem lá ocuparam, ao contrário, foram instrumentos de desgosto, tristeza, opressão, repressão, deformidade na construção do caráter, pais que nunca conseguiram um contato real, profundo, imensurável e prospectivo no coração de seus filhos.
Mesmo diante de tudo isso, quero lhes dizer que ainda é possível, se o diagnóstico é parecido com o do rei Jeorão, viver um momento diferente, profundo, prospectivo e representativo na vida de seu filho. Para isso, primeiro, é preciso reconhecer a importância de seu papel como pai na vida de seu filho. Como pais, somos os proclamadores da aliança de Deus com a nossa geração, com a nossa descendência. Segundo, como pais, podemos rever nosso papel, analisar se o que estamos transmitindo aos nossos filhos são valores, comportamentos e sentimentos que perduram e finalmente, estamos deixando marcas no coração deles ao ponto de, quando partirmos ou estivermos longe, eles possam suspirar e dizer: “… como tenho saudade”!
Que o Senhor nos abençoe a fim de que possamos deixar essa gostosa e inspiradora marca: a saudade.