Nossa vida é cercada por esperança. Quando nascemos somos a esperança de nossos pais, crescemos e passamos ter esperança nas pessoas, no trabalho, tudo em volta tem um pouco de esperança.
Quando crianças, a nossa esperança é caracterizada pela simplicidade, ou seja, temos brincadeiras, amigos, escola, contudo, depois aumenta e nossa esperança passa a ser o crescimento e realização, seja no trabalho, no namoro, no casamento, ou até mesmo a viagem dos sonhos. Todo mundo espera algo da vida, das pessoas, de nós mesmos e principalmente de Deus e em muitos momentos não sabemos o que esperar, queremos, desejamos, sonhamos, mas falta o esperar.
A maioria das pessoas não gosta de esperar. Nós, frequentemente, perdemos a paciência quando esperamos por um lanche de fast food ou atrás de um carro lento na pista de trânsito rápido, porque queremos chegar rápido ao local de forma ligeira.
Essa mentalidade frequentemente alcança a nossa vida espiritual, nos apressando para a próxima coisa a fazer. Deus tem sempre um plano e propósito para tudo. O problema de esperar é não conhecer todos os detalhes, não saber como será o trajeto do caminho, o que está em nossa frente, como será o amanhã, ou seja, é o problema do controle. Não conseguimos descansar tranquilamente quando vemos que não temos o controle. Assim, da nossa perspectiva, queremos tudo resolvido da nossa forma e mais, queremos que Deus haja dentro do nosso cronograma. Mas Deus raramente faz as coisas de acordo com o nosso cronograma ou pretensão dominial, e é por conta disso que facilmente desanimamos e alguns até desistem da fé!
O desânimo aparece sempre que nossas expectativas, nossa esperança e os planos não acontecem como programado. Quanto às nossas orações, muitas vezes, esperamos que sejam respondidas e executadas conforme desejamos, e quando não acontece assim, agimos em dois extremos: no primeiro, desanimamos, desistimos, deixamos de lado, nos iludimos e definimos para nos mesmo que não vale a pena. No segundo, adotamos o outro extremo, vivendo como independentes, autossuficientes e não queremos aguardar, esperar em Deus, fazendo com que as coisas aconteçam pelas nossas “poderosas” mãos. O esperar em Deus é o alívio e a segurança em nossa caminhada, a fim de que possamos esperar firmes.
Deus se interessa tanto pela jornada quanto pelo destino. Caso contrário, nos relatos bíblicos seriam incluídos apenas as partes mais prazerosas, e não as coisas ruins e as dificuldades do tempo de espera. Podemos nem sempre entender por que temos de esperar, mas a boa notícia é que Deus nunca nos pede para fazê-lo sem Ele.
O problema não é o fato de Deus não nos dar o que esperamos, mas sim não sabermos o que esperamos. Como os dois discípulos no caminho de Emaús, a esperança deles não estava no poder da ressurreição, como o próprio Cristo já tinha ensinado, mas estava no fato da morte do Cristo, como se tudo já tivesse acabado, que era um ponto final na historia e em suas expectativas, bem como de tudo que tinham vivido e esperado com Cristo. Mesmo já acordando no domingo da ressurreição, o coração deles estava na sexta feira da paixão!
Todos esperam por algo. Saber o que esperar é a demonstração de consciência na jornada, e, tendo Deus somo o guia de nossa vida e Senhor da nossa história, é reconhecer a fonte original ou primária de tudo e não nós mesmos, nossas forças, maneiras e até mesmo jeitinhos.
A esperança não é o que esperamos; é algo que nunca sonhamos, não é um desejo concedido ou um favor realizado. É uma dependência incondicional em Deus. E não podemos esquecer que Ele nos surpreender e está lá pessoalmente para conferir nossa reação.
Que Deus nos auxilie a ter Nele a nossa esperança, a nossa confiança e que tenhamos expectativa e perspectiva que o melhor de Deus vem, conforme a sua boa e perfeita vontade, que sempre se cumprirá em nossa vida. Entendamos, então, que Ele nos surpreende todos os dias e em todos os momentos.