Muitos de nós já vimos filmes de julgamentos e de tribunais. Gostamos de suas tramas, e por isso temos uma ideia de como acontece um julgamento numa corte, com seus advogados, promotores, defensores, juízes, e tudo mais. Vimos isso também nestas semanas com a votação do Impeachment da presidente Dilma Russef. Na Câmara dos Deputados observamos as estratégias da defensa e da promotoria, dos pros e contra. Muito interessante e intrigante o processo, não é mesmo? Sei que este assunto de tribunais e corte nos empolga, e o texto bíblico acima é uma representação de um processo de julgamento. Ele nos ajudará a pensar sobre o tema: Justiça de Deus e a maneira como devo viver.
Deus, como o promotor supremo, faz uma queixa contra o povo, o réu neste caso, e chama algumas testemunhas para depor. Deus faz aqui o papel do promotor público e pede suas testemunhas que se apresentem. Ele alista os montes, os outeiros e todos os fundamentos da terra. Suas testemunhas são os alicerces eternos da terra, como traduz a NVI. Deus realmente está disposto a vencer esta questão contra o povo, e vai recolher todas as provas incontestáveis e mais sólidas possíveis. Certamente o povo não terá chance. O episódio é muito interessante e o final mais inesperado ainda.
Acompanhe os passos deste julgamento: Deus chama a corte e quer justiça (v.v. 1-2); Deus apresenta sua incontestável defesa (v.v.3-5); Deus se encontra inocente e o povo culpado (v. 5b); O réu, o povo, assume sua culpa (v.v. 6-7); e Deus dá a sentença (v.8). A coisa mais linda é a atitude de Deus que, tendo um réu confesso e disposto a pagar qualquer pena, mesmo a mais dolorosa, decide aplicar uma pena que reflete sua misericórdia, sua graça, sua bondade e muita paciência. Ele declara somente o bem e o que é bom para o povo.
Mais uma vez Deus se mostra disposto a levar a sério a aliança que ele fez com seu povo, pois ele é fiel; fiel a ele mesmo e seus eternos decretos. Ele é um Deus justo e aplica justiça em seus contratos eternos, A Questão de Deus com o Seu Povo 2 4 . ABRIL . 2016 PA L AV R A PASTOR A L conforme seu caráter santo e irrepreensível. Mais uma vez ele se revela o Deus Bom e nos deixa o exemplo de como ser bom.
O perdão parece que está novamente em foco. Ele parece estar disposto a perdoar a dívida para que ele mesmo seja exaltado, e para que não haja mais nem uma acusação sequer contra ele. Ele declara que irá dar uma pena necessária, mesmo que aparentemente seja leve e favorável ao povo, mas ela determinará como o povo deveria viver dali para frente:
Primeiro, que eles pratiquem a justiça, e isso requer que eles sejam fiéis aos preceitos eternos de sua aliança, ou seja, que cumpram os seus deveres como cidadãos do Reino.
Segundo, que eles amem a misericórdia. O que Deus requer desta sentença é que eles retribuam aos outros conforme estão sendo tratados agora por ele. A chamada é para que paguemos mal com o bem; que amemos nossos inimigos e oremos pelos que nos perseguem; é perdoar na medida em que somos perdoados por ele. A misericórdia é uma atitude nobre que oferece ao outro, não justiça, mas amor, graça, misericórdia e perdão.
Terceiro, que eles andem humildemente na presença de Deus, que ao invés de presunçosos, querendo controlar suas próprias vidas e as dos outros, precisam andar humildes diante de Deus, que significa depositar sobre o Criador toda a nossa ansiedade e descansar nele o dia de amanhã, sabendo que ele tem cuidado de nós (Salmo 37.4).
Como somos parecidos com o povo de Israel, não é mesmo? Somos murmuradores por natureza e estamos constantemente levando Deus na justiça. Sempre temos uma reclamação aqui e outra acolá. Nunca estamos satisfeitos com a vida, e comumente culpamos a Deus pelas nossas dificuldades. Precisamos parar para refletir antes que sejamos chamados para depor na corte divina.
A sentença que foi dada ao povo de Israel como narrada pelo profeta Miquéias é para nós hoje uma excelente opção. É nossa salvação. É nossa obrigação. Aceite a proposta divina de acordo e viva feliz.
Rev. Robson Gomes