O curto livro de Rute tem nuanças muito peculiares, e trás uma história rica e maravilhosa da graça bendita de Deus Pai e sua providência eterna, isso dentro do contexto da humanidade caída e seus dilemas. O livro começa com Noemi, seu marido Elimeleque e seus dois filhos deixando a palestina por conta da fome sobre a terra, e assim se mudam para a terra dos moabitas, dize o prólogo do livro. Lá os filhos do casal se casaram com mulheres moabitas, se estabeleceram na terra, e morreram ali. Morreu também Elimeleque, deixando as três mulheres viúvas. Tragédia humana na vida de pessoas boas, e tementes a Deus. Nada de anormal, pois Deus sempre esteve e estará no controle de todas as coisas.
Noemi, movida pela incerteza e desespero, decide voltar para sua terra natal, e tenta despedir suas noras para que voltem para a casa de suas mães. Uma delas, Rute, apega-se com amor a sua sogra. Ela decide ficar com Noemi, largar suas origens, abandonar seus deuses e tradição, e seguir Noemi, sua sogra, e ao seu Deus, YAHWEH. Tomou a decisão correta, apesar de todas as dúvidas e questionamentos cabíveis numa situação como aquela. Sua decisão mudou a história da humanidade.
Somente para lembrar-nos que Rute nasceu numa terra pagã e servia a deuses pagãos, até encontrar alguém que a apresentou ao Deus único e verdadeiro. Casou com um hebreu que servia a um só Deus, o criador de todas as coisas. Abandonou uma cultura politeísta e aprendeu que só há um Deus; converteu-se. Certamente teve uma experiência com YAHWEH, e passou a ama-lo, bem como a seu povo. Por isso decidiu voltar com Noemi para Belém de Judá; não podia mais abandonar seu Deus.
Chegaram Noemi e a estrangeira, discriminadas pelo novo status quo de viúvas e pobres, e estavam tentando se estabelecer num novo momento de suas vidas. A ordem social judaica determinava que o estrangeiro e a viúva fossem tratados com misericórdia, e os senhores de terras na sega dos grãos deveriam deixar as espigas esquecidas e não coletadas para que estes pobres as colhessem (Deuteronômio 24.19). Pelo conhecimento das leis divinas, Rute se dispôs a arrumar alimento para si e para sua sogra. Logra êxito, e alcança graça e misericórdia de um parente do falecido marido de Noemi, Boáz, que seria o segundo na lista dos resgatadores da descendência de seus filhos. Deus estava no controle de todas as coisas.
Havia na Lei Mosaica uma determinação que quando um homem casado morresse sem deixar herdeiro, os irmãos e parentes mais próximos, por ordem de proximidade, deveria suscitar herdeiro para que seu nome fosse perpetuado na terra; o resgatador deveria tomar por sua mulher a viúva de seu parente para manutenção do nome de sua família.
Noemi e Rute montam um plano quase que infalível, e Deus estava ali para torna-lo simplesmente infalível! Boáz percebe a bondade e a beleza de Rute, que se mostra grata por todos os benefícios e gentilezas que ele havia demonstrado a ela e sua sogra; ele decide resgatá-la. Compra os direitos da terra de Elimeleque, e assim assume Rute como sua esposa.
O mais lindo na história que Deus havia planejado para elas, é que o filho de Boáz com Rute foi Obede, que foi o avô de Davi; e Rute, a viúva estrangeira moabita, é colocada em destaque na genealogia de Jesus (Mateus 1.5). A humanidade foi impactada pela vida daquela moça. Tudo planejado pelas mãos daquele que tudo vê e sustenta.
A decisão de Rute de se apegar a Noemi e a YAHWEH fez toda a diferença. A gratidão encontrada em seu coração para com sua sogra, para com Boáz e para com YAHWEH é simplesmente fantástica. Pra nós fica a formula; e muito clara: apegue-se a Deus, esforça-te, e viva vida agradecida; vida agradecida pelo café com pão. E saiba que todas as coisas te irão bem. Contentamento, trabalho e gratidão, eis o segredo. E esta é a história de Rute. Ponto final.