Lucas nos relata uma experiência espetacular vivida por Pedro e seus companheiros de pesca no Lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galiléia. Pedro, André, Tiago e João, eram sócios em uma companhia pesqueira de onde tiravam seu sustento diário. O Mar da Galiléia era de água doce e essencial na atividade econômica da região. Seus peixes eram mais facilmente pegos com redes, nas partes mais rasas e no período da noite. Após uma noite inteira de trabalho, os pescadores tinham ancorado seus dois barcos e estavam limpando suas redes na praia.
Jesus, O MESTRE, estava na mesma praia pregando para a multidão que era tão grande que o apertava. Cristo resolve pedir a Pedro que interrompesse seu trabalho e puxasse o seu barco para beira do lago para que Ele pudesse ensinar aos que ali estavam aglomerados. Não sabemos qual foi o tema do sermão, mas com certeza foi algo espetacular, como todos os ensinamentos de Jesus.
Lucas nos conta que quando Jesus terminou de ensinar ordenou a Pedro que levasse seu barco ao fundo do lago e laçasse as redes. Aqui temos um impasse: de um lado um pescador profissional, conhecedor do lago e do seu ofício, exausto por uma noite inteira de pescaria sem pegar um peixe sequer e que precisava descansar para a nova jornada de trabalho. De outro lado temos um carpinteiro, porém Mestre (Rabi), que havia feito alguns milagres, inclusive curado a sogra de Pedro, o pescador. Uma pessoa que pelo seu ofício não conhecia nada de pesca, o que pode ser claramente visto com a sua ordem de levar o barco no final de uma manhã, algo por volta de meio dia, na porção mais funda do lago para pegar peixes. Com certeza muito IMPROVÁVEL que se pegasse algo. No entanto era o MESTRE quem estava ordenando. Pedro obedece – “… sob Tua palavra lançarei as redes.”- Talvez nosso pescador estivesse pensando: Tenho que obedecer porque Ele é Rabi e apesar de não ter nenhum peixe ali naquela hora, Jesus teria algo para ensina-los. Pedro obedeceu a despeito da sua expertise e do seu cansaço.
Para a surpresa de todos, eles pegaram tantos peixes, que foi necessária a ajuda do outro barco pesqueiro. A escritura sagrada nos revela que as redes quase se romperam e os dois barcos quase foram a pique. Vocês podem imaginar a reação dos pescadores, não só da empresa de Pedro, mas de toda a região ao ver aquela situação? Aquela foi uma pesca muito lucrativa.
Apesar de ter surpreendido a todos, JESUS não se surpreendeu a si mesmo. O Mestre, nada mais é do que o próprio Deus encarnado. Eu posso me dar o direito de acreditar que Jesus não adivinhou onde os peixes estavam. ELE simplesmente ordenou aos peixes que fossem onde ELE estava e que se jogassem nas redes. Por isso ele levou aquele barco no local mais improvável na hora mais inadequada para pescar.
Imagino que aquele cansaço e desânimo de todos os pescadores desapareceram imediatamente. Talvez todos tenham sido tomados de uma nova energia e um novo ânimo, pois agora teriam que lavar as redes novamente e salgar os peixes para o comércio.
Pedro, porém, teve seus olhos espirituais abertos pelo Espírito Santo de Deus e enxergou muito além de uma pesca maravilhosa e lucrativa. Naquele momento sobrenatural, Pedro foi fisgado pelas redes da Graça irresistível e Salvadora do nosso SENHOR. Pedro entendeu o seu chamado e a necessidade de estar junto do MESTRE. Prontamente reconheceu sua situação de pecador e a glória do Deus encarnado, Jesus. Quando reconhece essa realidade, Deus se agrada dele e o transforma em pescador de homens. Assim como Cristo o pescou para o Reino de Deus, agora Pedro tem a missão de continuar a pesca que o Mestre o ensinou. De homem pescado pelo Mestre para pescador de homens para o mesmo Mestre. Novamente eu sou levado a crer que o próprio Cristo, aquele que fez com que Pedro fosse o personagem principal de uma pesca histórica naquela região (com certeza o episódio virou “história de pescador”), alguns anos depois, novamente faz com que Pedro fosse o personagem principal da maior “pescaria de homens” relatada na bíblia quando através de seu sermão ele, Pedro, leva quase três mil pessoas para o Reino dos Céus (At 2:41).
Naquele dia, no mar da Galileia, a atitude de humilhação e adoração de Pedro, moveu o coração de seus sócios que deixaram os barcos na praia, cheios de peixes, e, abandonando tudo para trás seguiram o Mestre.
A pesca maravilhosa não se limitou a uma inacreditável quantidade de peixes pescada em um local e hora improváveis. Nem se limitou a uma enorme quantia econômica. Ela transformou um simples pescador de peixes em um grande pescador de homens. Hoje o mesmo Mestre, sim o MESMO MESTRE, te chama para integrar este maravilhoso grupo de pescadores de homens. Tire seus olhos das coisas deste mundo e peça ao Espírito Santo de Deus que abra os olhos do seu coração para que você entenda e obedeça para onde ELE está direcionando o seu “barco” para resgatar homens e mulheres que pertencem ao Reino e que estão perdidos neste mundo aqui.