Com a chegada do Natal, a cidade se agita, o povo se apavora, o trânsito se transtorna, é uma loucura tentar andar pelas ruas de nossa cidade. Todos atrás de boas ofertas ou uma oportunidade de liquidação. Tem sido assim nestes últimos anos, e sei que isso não vai mudar pelos próximos anos. Graças ao bom Deus lá se foi a correria do Natal. Acho que já estou meio enfadado deste despropósito para com data tão importante!
Amo o Natal! Parece meio paradoxal minha afirmação, e é mesmo. Apesar de amar muito o Natal, não suporto a ausência de significado que está cada vez mais comum nesta época do ano. A celebração da chegada da Luz do Mundo é sem sombra de dúvida um evento impar, uma data maravilhosa. Por isso, devemos celebrá-la com toda pompa, luz e alegria. Os enfeites, a expectativa de mais um natal, a atmosfera alegre que a data trás consigo, é muito gratificante e envolve tanto os adultos como as crianças.
Contudo, para que a celebração seja intensa e autêntica, creio que devíamos ficar mais centrados ao tema do nascimento de Jesus, o verdadeiro significado do Natal, ao invés de nos perdermos em meio a esta confusão de comprar e vender. Não podemos sucumbir ante a poderosa máquina comercial, e simplesmente deixar escapar de nossas mãos o celebrar o Natal do Senhor Jesus com todo o nosso coração.
Creio que o Natal deveria ser comemorado com mais simplicidade, como já tenho dito diversas vezes. Não com menos luz ou com pouca pomba, mas com mais simplicidade. A intensidade deve ser muito forte, mas os corações devem estar acolhidos no estábulo, diante da manjedoura, com os olhares no presépio onde o Eterno se fez gente. Entretanto não posso me esquecer de que os céus se moveram para dar as boas vindas ao menino Deus, que a luz da estrela era fulgurante para anunciar sua vinda, e que os magos e reis vieram adorá-lo, o que revela muita majestade e poder. Contudo, devo me lembrar de que tudo isso se passou no convívio da família do menino, num local cercado por animais, com pastores ao redor, e um momento cheio de simplicidade, humildade e alegria. É ali que eu quero estar!
Apesar de ter passado o dia de celebrarmos o Natal e saber que pouca coisa pode ser feita para alterar o curso das celebrações ainda por vir, gostaria que pensássemos um pouco mais na maneira como temos vivido nossas vidas durante o restante do ano. Será que temos dado o devido valor ao Menino Deus e menos valor ás coisas passageiras e fugazes? Precisamos refletir se realmente temos buscado mais a simplicidade e menos a ostentação; se temos buscado as coisas terrestres e passageiras mais do que as espirituais e eternas; se temos dado valor mais ás coisas do que as pessoas e relacionamentos; se temos tido atitude de repartir e sermos solidários nos outros meses do ano, e não somente no mês do natal. Coisas muito sérias pra se pensar.
Precisamos consultar nossa consciência e verificar como de fato temos vivido nossas vidas, se realmente temos vivido como verdadeiros despenseiros da eterna graça de Deus para conosco. Peça ao Pai que nos ilumine, que nos dê mais força e coragem, para celebrarmos com mais propriedade o Natal do Salvador do Mundo, que é Jesus Cristo, o nosso Senhor durante, não só em alguns dias de Dezembro, mas em todos os 366 dias deste novo ano (que é bissexto). E que assim seja!