O conceito do Reino de Deus é muito importante para a igreja cristã. Vivemos aguardando o desfecho deste evento tão esperado por todos. Deste o Antigo Testamento, quando os profetas proclamavam o “Grande Dia do Senhor” e a restauração de todas as coisas (Isaias 13.6 e Ezequiel 30.3), até o Novo Testamento, quando João, o Batista, inicia a Nova Era com a chamada para o arrependimento, anunciando a chegada deste reino divino (Mateus 3.2 e Marcos 1.15).
A fé cristã tem se fundamentado na esperança viva de dias melhores, de um novo céu e uma nova terra, onde a justiça e a equidade estarão lado a lado, e o amor encherá a terra. Vivemos aguardando o cumprimento final da promessa de um Reino Divino permanente, mesmo sabendo que ele já está entre nós e que já aconteceu na história. Assim, aguardamos com fé o seu grande triunfo final, que ainda está por acontecer num tempo escatológico breve.
O conceito do Reino está relacionado com a inauguração de uma nova era que está intimamente ligada com a vinda do Messias, a encarnação de Deus em Cristo Jesus. Os judeus não o reconheceram; a humanidade o rejeitou; poucos foram os que o aceitaram e compreenderam a mensagem de salvação desse Reino; mas é ele que pregamos com alegria, e felizes são os que fazem parte dele.
A expectativa do povo judeu sobre a inauguração do Reino dos Céus estava ligada às promessas de que o salvador judeu viria e libertaria os cativos e curaria os enfermos, e a justiça e a paz reinariam eternamente (Isaias 11.1-5 e Ezequiel 23.5). Os judeus, em especial, esperavam uma restauração política e religiosa, onde o judaísmo prevaleceria sobre todas as outras religiões, e que Yahweh reinaria no mundo através de Israel, pela restauração do reinado do rei Davi. Contudo, é importante ressaltar que o Reino de Deus que a Bíblia tanto fala é muito mais amplo do que pensavam os judeus, e o seu conceito muito mais profundo e muito mais abrangente. Esse Reino Eterno, já inaugurado, alcança a humanidade como todo, e os eleitos do Senhor Deus foram, são e serão, seus regentes e participantes ativos dessa bênção prometida, e já estabelecida em nós pela obra do Espírito Santo.
E certamente há características peculiares na vida daqueles que são participantes do Reino dos Céus. Elas são pessoas envolvidas com Cristo e seu caráter. Em primeiro lugar eles têm uma ética que busca a perfeição à despeito da finitude humana e as chamadas “Bem-Aventuranças” de Jesus nos informam o padrão daqueles que querem servir neste Reino. Eles também têm uma hermenêutica (interpretação da vida) sob a ótica da misericórdia e da graça, qualidades muitíssimo importantes que Jesus ensinou aos seus discípulos e, consequentemente, a toda sua igreja. Outra característica deles é que perdoar e receber perdão fazem parte do seu cotidiano. É sabido que o perdão, como o amor, não tem fim, e esta é a proposta do Senhor Jesus para os integrantes do seu Reino. Os cidadãos do Reino aqui na terra devem procurar com zelo sempre espelhar a ética e a moral cristãs, e viver de conformidade com os padrões excelentes registrados na Bíblia Sagrada.
E lembrem-se que há ricas e preciosas promessas para aqueles que participam do Reino de Deus. Há bênçãos indizíveis para o “aqui” e para o “porvir” para aqueles que se atrevem a seguir e servir o monarca deste reino, nosso Jesus Cristo, o Verbo Divino.
Portanto, o Reino já está no meio de nós, ele está em nós, e num futuro bem próximo, estaremos todos vivendo plenamente nele eternamente – ansiemos com alegria este tempo glorioso, e com fé, oremos sempre como o Pai nos ensinou: “Ó Deus, venha a nós, o teu Reino, e seja feita a tua vontade aqui na terra como ela é feita nos céus”. Amém.