O Pecado do Primeiro Casal

Falamos na semana passada que o final feliz do capítulo 2 de Gênesis dá início a grande tragédia que o capítulo 3 apresenta. A queda dos nossos primeiros pais altera drasticamente todas as relações, e mais ainda, altera drasticamente toda a estrutura da criação divina.

Falamos também sobre a presença da serpente no paraíso de Deus e qual a influência do mal na decisão trágica do primeiro casal e como isso afeta a gente aqui do Século XXI. Falamos que nossos primeiros pais foram criados à imagem de Deus e foram chamados para reger e gerenciar toda a criação em nome de Deus. Isso inclusive significa que deveriam ser mestres sobre a serpente e tomar boas decisões. E acima de tudo, foram criados com a capacidade para obedecer, mas não procederam desta forma.

Em nossa narrativa de hoje, Deus pergunta se haviam comido da árvore proibida, e a resposta descarada do homem a Deus dizendo que: “A mulher que o Senhor me deu…”, deixa claro a intenção do macho em acusar outros pela sua falta. Não há a menor intenção de falar a verdade, mas de se defender com argumentos mesquinhos e mentirosos. Nem foi a mulher, e muito menos Deus que o fizeram pecar. Ele tomou a decisão autonomamente; ele comeu porque foi ambicioso.

Se de fato quisesse culpar alguém, deveria ter culpado a Serpente, que os enganou. Observe que é exatamente isso que a mulher responde. “A Serpente me enganou e eu comi”. Ao invés de perpetuar acusações, parece que ela toma o caminho da explicação e não da justificação, como fez Adão. O macho tenta se justificar acusando seus melhores companheiros; já a fêmea se explica, acusando o verdadeiro causador da tragédia: ela e a serpente.

Quando Deus ouve a resposta da mulher, não mais quer ouvir outras explicações, e passa a executar juízo sobre os envolvidos. E começa de trás pra frente, informando a Serpente sua sentença, que deveria ser cumprida imediatamente. Se antes ela podia transitar entre os vivos, agora somente irá transitar entre mortos – comerá somente pó; e por pó, a própria Escritura nos dá a interpretação: morte. Pelo resto de sua existência terá que relacionar somente com pessoas mortas… espiritualmente.

Para a mulher, decide que ela terá muito sofrimento em seu papel materno, de gerar e criar filhos. E seu desejo de acompanhar seu marido fará com que ele se sinta no direito de dominá-la. O abuso de autoridade do homem sobre a mulher tem sido observado na história da humanidade, de forma cruel e maléfica, consequência do pecado em nossa vida.

Ao homem, por sua postura em relação ao pecado que cometeu, informou que em canseiras tiraria seu sustento da terra; amaldiçoou inclusive a criação por causa dele. Ele estaria morto em seus delitos e pecados, até que viesse a redenção dos povos, a saber, Jesus Cristo o filho de Deus.

A história continua e eles são expulsos do jardim de Deus, e perdem definitivamente o seu livre arbítrio para alcançar a salvação, quando Deus fecha a possibilidade do retorno deles ao jardim e a possibilidade de comer o fruto da árvore da Vida, que é Jesus.

Mas, como sempre faz, o Deus misericordioso provê uma solução linda e maravilhosa para salvar: a vinda do descendente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente e livraria o mundo de seu pecado. Deus sempre prosseguindo buscar e salvar a humanidade perdida.

Assim, Eva (cujo nome é “a que vive”), numa atitude de real esperança, pensou que seu primeiro filho fosse o varão prometido que esmagaria a cabeça da serpente. Ela acreditava firmemente nisso (Gênesis 4.1), mas não sabia que o Redentor viria milhares de anos depois de Caim. E ainda mais, teve o sofrimento de perder um filho amado assassinado pelo seu primogênito. Tudo cumprido conforme as palavras do Criador!

Essa história somente retorna ao final feliz do capítulo 2 milhares de anos depois, em Jesus, o perfeito varão que pisou e esmagou a cabeça da serpente e nos livrou da morte e do pecado. A situação desastrosa que nos colocaram nossos primeiros pais foi redimida em Jesus e será completamente restaurada em sua Segunda Vinda – que aguardamos ansiosamente. E enquanto aguardamos esse evento lindo, façamos de nossas vidas e de nossas decisões algo que manifeste glória a Deus, nosso eterno Deus. Que seja assim!

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