O Livro dos Salmos

Nesse ano iremos estudar o livro dos Salmos e sua importância para o povo de Deus. Ele tem sido o centro da fé e piedade cristãs por séculos, e muitos têm sido edificados com sua leitura e reflexão. Não há duvida alguma de sua centralidade na vida de muito cristãos, até mesmo porque os salmos relatam a vida como ela é, e falam das experiências humanas com o Eterno Deus através de seus escritos tão peculiares.

O livro dos Salmos, ou também conhecido por Saltério, foi escrito em hebraico por vários autores. O título original significa “louvores”, embora muitos dos salmos sejam orações e súplicas. De fato, as duas primeiras coleções incluídas no livro foram intituladas “As orações de Davi, filho de Jessé” (Salmo 72.20).

O livro é uma compilação de vários salmos e de vários autores, e de estilos literários bem distintos, o que faz dele uma verdadeira coleção dos ensinos divinos para todos os povos, e em todos os tempos. O Saltério é, na sua maior parte, um livro de oração e louvor. Nela, a nossa fé conversa com Deus em oração e fala de Deus em louvor e adoração. Mas também há salmos que são explicitamente didáticos (instrucionais) em suas formas e propósitos, para ensinar pedagogicamente os caminhos da piedade e da justiça.

Em sua forma final, o Saltério foi dividido em cinco livros: Livro 1: Salmos de 1-41; Livro 2: Salmos de 42-72; Livro 3: Salmos de 73-89; Livro 4: Salmos de 90-106; e Livro 5: Salmos de 107-150. Uma curiosidade, é que vários estudiosos acreditam que a divisão dos restantes dos salmos em outros três livros, alcançando assim o número cinco, foi possivelmente em tentativa de relembrar os cinco livros de Moisés (também conhecido simplesmente como Pentateuco ou a Lei). Apesar desta divisão de cinco livros, o Saltério é claramente considerado como um todo, um livro só, com uma introdução pelos Salmos 1 e 2 e uma conclusão com os Salmos 146 a 150.

Os escritores de cerca de dois terços dos salmos são identificados, e outros não há muita certeza de suas autorias. (1) Davi aparece em primeiro lugar com 73 sal­mos. Foi o “mavioso (amável) salmista de Israel”, conforme 2 Samuel 23.1. (2) Os filhos de Coré, músicos do templo, escreveram 11 salmos (42 a 49, 84, 85, 87). (3) Asafe escre­veu 12 (50 e 73 a 83); (4) o rei Salomão escreveu 2 (72 e 127); (5) Etã escreveu 1 salmo (89) e (6) Moisés também escreveu 1, o Salmo 90.

Alguns dos principais tipos de salmos que podem ser identificados são: (1) orações pessoais a Deus; (2) louvor e gratidão pessoal pela ajuda salvadora de Deus; (3) orações do povo por ajuda; (4) hinos em louvor a majestade e virtudes de Deus; (5) salmos da realeza, a respeito do rei, o ungido do Senhor; (6) canções de peregrinação e de procissão; e (7) Salmos didáticos (instrutivos).

Como observado acima, a maneira pela qual toda a coleção dos salmos foi organizada sugere que um dos seus principais propósitos era a instrução na vida prática de fé, uma fé formada e nutrida pela Lei de Deus. Por essa e outras razões, o Saltério é teologicamente rico e abençoador. A teologia dos salmos não é abstrata ou meramente sistemática, mas sim uma que promove uma formula de louvor e exaltação a Deus, que também é confessional para as questões da divindade em sua relação com sua criação, e essencialmente prática em todos os aspectos.

Para aplicar tudo isso ao nosso cotidiano precisamos simplesmente lembrar que Yahweh reina! Essa é a grande mensagem dos salmos e de todas as Escrituras Sagradas. Ele reinou, reina e sempre reinará com autoridade, poder e majestade – mesmo que as coisas algumas vezes pareçam meio “sem controle”, de acordo com a nossa visão míope e tacanha. Ele é Deus e nós não! Ele governa sobre tudo e sobre todos; e todos mesmo, inclusive potestade se principados. Ele criou, governa e sustenta todo o universo pela sua Palavra, e isso nos basta; e é isso que os Salmos revelam em sua essência.

Que essa certeza que Yahweh reina seja cada vez mais clara em nossos corações, e que o estudo e a reflexão dos Salmos neste ano de 2.019 venham colaborar com essa clareza e produzir em nós uma vida de maior dedicação àquele que nos redimiu por seu grande amor.

Paz e bem a todos!

Rev. Robson Gomes

para o Boletim de 17/03/19

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