Talvez você esteja com “calos nos ouvidos” ou com o seu coração anestesiado, inerte e insensível aos jargões e às frases prontas dessa religiosidade à qual nos impomos, quase que como um acessório, especialmente quando nos vemos inseridos em um ambiente social coletivo. Se este ambiente for religioso então, a coisa piora bastante. Já se sentiu assim? Eu certamente já! O problema é que quando nos deparamos com esta situação tendemos
a normalizar e meio que encobrir ou fingir que estas frases e vocabulários religiosos ainda nos movem ou nos emociona, e começamos a imitar esse vocabulário do “evangeliquês” fazendo com que esta sensação de dormência
se agrave e que a repetição sem motivo, sentido ou entendimento vá ganhando espaço em uma vida que pouco a pouco vai se distanciando do que de fato é o evangelho de Cristo.
Um conselho! Livre-se de tudo que nos atrapalha e deste pecado que nos envolve! (Hb 12.1)
Não pense que esse conselho carrega implicitamente um “ar” ou sensação de que será fácil; não será! Se queremos viver aquilo que nos foi proposto por Jesus quando morreu para nos reconciliar com Deus (Efésios 2.16), precisamos entender que a nossa vida de negação própria, sejam nossas vontades ou percepções (Mt. 16.24), precisam ser
substituídas por uma outra compreensão da vida e um realinhamento com a Verdade do evangelho de Cristo. Isso quer dizer que, quando você começar a perceber que a sua religiosidade está te levando ao “piloto automático” você precisa fugir das repetições, e lutando contra aquilo que nos atrapalha, lutando contra o pecado que nos envolve, descobriremos que nossa nova realidade em
Cristo já existe! Precisamos entender que nossa luta nada fácil, contra o pecado e contra nossa própria vontade é colocada por Deus em nossa
vida para que possamos nos aperfeiçoar n´Ele, trocando a nossa vontade pela de quem nos chamou a “correr a corrida” com perseverança (Hb 12.1 – 2Tm 4.7 – At. 20.24) e combater nosso combate (2Tm 4.7 – Fp 1.30 – 1Tm 1.18 – 1Tm 6.12) para alcançarmos o aperfeiçoamento que Ele mesmo nos trará.
Nossa difícil tarefa de viver deve constantemente ser realinhada com a palavra de Deus que nos corrige, nos exorta e nos prepara (2Tm 3.16-17) para uma realidade muitas vezes diferente de nossas expectativas e vontades e por vezes até mesmo contrária àquilo que estamos percebendo com a limitação
de nossos sentidos, ou seja, devemos viver pela fé (Hb 11.1-3). Viver preparando nossa mente e nossa cognição para entender que tudo vemos, tocamos, ouvimos, cheiramos e experimentamos veio a existir a partir daquilo
que não pôde se percebido por nenhum destes sentidos, é somente pela fé. E por esta mesma fé todos os que vieram antes de nós e já se foram testemunharam o mover de Deus através do inexplicável e do intangível. Em nossa própria vida já experimentamos tais eventos e por eles é que nós também testemunhamos nossa vida em Cristo, suportando as dificuldades e
entendendo que por mais que a disciplina e a correção de nosso Pai aplicada em nossas vidas não pareça motivo de alegria e sim de tristeza, ela produz mais tarde frutos de justiça e paz para nós (Hb 12.7-13), que serão convertidos
de maneira última em uma alegria que se opõe às aparentes circunstâncias.
Devemos viver de modo agradecido sabendo que seremos aperfeiçoados até que reste em nós aquilo que é inabalável, que é a manifestação do Reino de Graça e de Verdade, reino de nosso Senhor Jesus Cristo que vive em nós por seu Espírito que nos aperfeiçoa em tudo (Hebreus 12.28).
Sigamos o exemplo do Mestre jesus!