O Ano Litúrgico cristão começa com o Tempo do Advento, um tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus, que foi um acontecimento ímpar em nossa História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Deus dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada ano com muita alegria e exultação. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que também virá no final dos tempos.
O tempo do Advento é para toda a Igreja, tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara, para a chegada de seu noivo, seu amado.
O Advento começa no Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as vésperas do Natal de Jesus, dia 25 de dezembro, contando quatro domingos. Esse tempo possui duas características: Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, isso no final dos tempos. As duas últimas semanas visam em especial a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Por isso, o Tempo do Advento é um tempo tão precioso de piedosa e alegre expectativa.
O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos insere no caráter missional da vinda de Cristo. Jesus, de fato, se encarna e se torna presença salvífica na história da humanidade, confirmando a promessa e a aliança feitas ao seu povo.
A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos em Jesus nossa referência e fundamento, dispondo-nos a “perder a vida” em favor do anúncio e instalação de seu Reino Eterno onde quer que estejamos.
O Advento nos impulsiona a reviver a certeza de que Deus é fiel à suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza, com o foi com Seu Natal. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é uma esperança já realizada em Cristo, mas que só se consumará definitivamente na segunda vinda do Senhor Jesus.
O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança. O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que “preparemos o caminho do Senhor” nas nossas próprias vidas, lutando incessantemente contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na sua santa Palavra.
No Advento precisamos nos aprofundar nessa vivência da humildade, como ele foi. Não na humildade financeira e social, mas principalmente aquela que leva a confiar, se render e depender inteiramente de Deus e não dos bens terrenos. Humildade que tem n’Ele a única riqueza, a única esperança, e que conduz à verdadeira mansidão e posse do Reino de Deus.
Vários símbolos do Advento nos ajudam a entender o mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a guirlanda do Advento. Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento. A coroa deve ser colocada em lugar visível. A cada domingo uma vela é acesa: no 1° domingo uma, no segundo, duas, e assim por diante, até serem acesas as 4 velas no 4° domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo, salvador e luz do mundo, brilhará para toda a humanidade.
No início, nós as vemos sem luz e sem brilho. Nos recorda a experiência de escuridão quando no pecado. A medida em que se vai aproximando o Natal, vamos ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas, representando assim a chegada em nosso meio do Senhor Jesus, a Luz do Mundo, que dissipa toda escuridão e as trevas, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada.
Celebremos, portanto, com intensidade e alegria essas semanas que antecedem a chegada do natal de Jesus! Feliz Natal!