Precisamos refletir em qual seria a real relevância do Evangelho num mundo evangélico em tremenda transição e mudanças tão radicais, pois os tempos são muito incertos e não sabemos bem para onde o barco da religião está sendo levado. Essas narrativas são muito dinâmicas e fica muito difícil interpretar muitas coisas que hoje acontecem. Mais difícil ainda é responder aos desafios que se apresentam diante de nós pelas práticas evangélicas atuais. Nestas horas, precisamos é que o Bom Timoneiro assuma o controle do nosso barco em meio a essa grande tempestade. E temos que lembrar de que muitos são, infelizmente, desafortunados, pois estão com seus barcos à deriva, sendo conduzidos pelos falsos e cruéis “timoneiros”, para um rumo de assolação.
Nosso primeiro desafio é definir o que, de fato, não é o Verdadeiro Evangelho. Ele não é resolução de problemas pessoais, que são oferecidos nas promessas de cura, de resolução de causas judiciais, de problemas familiares, e só isso. É claro que as pessoas desejam resolver seus problemas, e como estão desorientadas, aceitam as palavras de quem treinou bastante a sua fala para abocanhar mais vítimas.
O Evangelho também não é o que as pessoas desejam ouvir, para uma acomodação cultual e social confortável, e também para uma massagem de ego. Por certo, também não é um momento de entretenimento cultual, para se assentarem e assistirem a uma “produção”, cujo tema pode ser eventual, até mesmo falando sobre Cristo. Por último, não é uma chamada cultural para ser feliz, como muitos estão correndo atrás neste mundo hedonista, que busca seu próprio benefício e realizar seus desejos humanos e finitos.
Em contrapartida, o Evangelho pregado por Paulo, e pelos nossos piedosos pais, é a mensagem que Deus veio ao nosso encontro. Ele vem! Ele vem e nos encontra. Deus vem em Cristo, e sua vinda é acima de qualquer religião ou pensamento filosófico. O problema é que a vinda de Deus é anunciada pela igreja dentro do contexto de uma religião, que é feita pelos homens. A religião somos nós, os homens mortais, buscando a Deus; já o Evangelho é o contrário: é Deus buscando e encontrando o pecador.
Então, o Evangelho é o orgulho de quem não se envergonha dele. Paulo não tinha vergonha de uma pessoa chamada Jesus, nascido em Belém da Judeia. Ele não tinha vergonha de Sua mensagem de salvação. O Evangelho foi o orgulho dele e deve ser de todo crente, porque é o poder de Deus para salvar. Essa é o meu segundo argumento.
Nenhuma forma de poder humano pode transformar uma alma segundo a imagem de Cristo. O verdadeiro objetivo de nossa existência é conhecer a Jesus e viver com ele e para ele – qualquer outro propósito levará a pessoa para a destruição de sua alma. A pessoa do Evangelho, Jesus Cristo, que se tornou a única ponte para conectar todos ao Pai, é a única solução de vida para a humanidade. Paulo se comprometeu com a pessoa chamada Jesus de Nazaré e decidiu proclamar a sua mensagem maravilhosa em todo o mundo. Paulo entendeu que Jesus é o único salvador admirável e amoroso; ele entendeu que Jesus é suficiente para a salvação do mundo inteiro.
O Evangelho não é uma série de coisas que citei acima, mas é uma outra série de outas coisas que apontei nesta última parte do texto, as coisas que verdadeiramente salvam. Só Jesus Cristo salva pelo poder do Evangelho. Essa linda mensagem é que devemos pregar e viver.
Muitos apelos evangélicos desta nova era não conhecem o verdadeiro Evangelho e, como falsos profetas, estão por aí proclamando um evangelho de aparência, um evangelho raso e sem vida, alimentando desejos vis de muitos que buscam seus próprios interesses e nada mais. Devemos rejeitar essa prática evangélica perniciosa apregoada por aí muitos segmentos religiosos. Por outro lado, devemos desejar e promover, com todas as nossas forças, o Evangelho de Jesus, o poder de Deus apara salvar, para que muitos possam experimenta-lo e assim serem alcançados por Sua graça.
Que o Pai nos ajude, com muito discernimento e sabedoria, para vivermos e pregarmos a mensagem que verdadeiramente salva – Jesus Cristo, o filho de Deus.