Muitas vezes, temos visto nossos desejos, projetos, expectativas que não se confirmam, também decepções com outras pessoas, que acabam nos abalando, e isso acontece na minha vida e na sua. Todos nós passamos por desapontamentos e por decepções.
No texto que lemos, Paulo faz uma severa admoestação no sentido de que os coríntios não confiem nos homens e nem se tornem sábios aos seus próprios olhos, pois tal coisa é loucura para Deus. Ao contrário, eles devem tornar-se inteiramente cônscios de suas reais condições, como cita no verso 18: “Que ninguém se engane. Se alguém dentre vocês se tem por sábio neste século, que se faça de tolo para se tornar sábio.” Que ninguém se engane!
O apóstolo adverte seus leitores quanto ao engano próprio, que Paulo indica já estar acontecendo na igreja de Corinto. Paulo pretende alertar os leitores quanto ao perigo de se afastarem da verdadeira doutrina da palavra de Deus. Tanto Paulo como Tiago repetem várias vezes a admoestação: “Não se enganem”.
O autoengano acontece quando uma pessoa procura justificar seus pensamentos, palavras e ações, e se recusa a admitir que pode estar errada. Os coríntios estavam enganando-se a si mesmos porque estavam seduzidos pela sabedoria do mundo, que não vem de Deus. Paulo especifica que a sabedoria que seduz os crentes tem sua origem somente neste século. A sabedoria do mundo se manifesta em pessoas que querem ser independentes, governar a própria vida e administrar seus próprios negócios, em vez de se submeterem ao senhorio de Cristo. O antídoto é: “Que se faça tolo para se tornar sábio.” Essa afirmação informa aos cristãos coríntios que eles precisam fazer uma volta de 180 graus. Devem rejeitar a sabedoria mundana e tornarem-se tolos aos olhos do mundo.
O propósito de Paulo é levar cada um de nós a seguir os preceitos do Evangelho de Cristo. Precisamos ser guiados pelo Senhor Jesus e sermos completamente dependentes dele, para a sabedoria celestial (Tiago1.5). O cristão que escuta, de modo obediente, à voz do Senhor Jesus, humildemente pratica ações que emanam de um coração sábio e compreensivo, tal pessoa possui sabedoria celestial, que é “pura, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento” (Tiago 3.17).
A citação do verso 20, extraída do Salmo 94.11, é propositadamente adaptada para o contexto presente. Uma tradução do hebraico lê: “O SENHOR conhece os pensamentos do homem; ele sabe que eles são fúteis. Portanto, que ninguém se glorie nos homens; porque tudo é de vocês. Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras: todas as coisas são de vocês. “Que ninguém se glorie nos homens.” Paulo faz um resumo com base nas passagens precedentes (versos 18-20): ele exorta os coríntios a não se gloriarem em outros seres humanos.
O objetivo da diretriz de Paulo é que não devem se vangloriar em homens, sejam eles Paulo, Apolo ou Cefas. “Aquele que se gloria, glorie-se em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR” (Jeremias 9.24). Agora, ele apresenta o lado negativo da mesma exortação ao dizer aos leitores que não se gloriem nas realizações de seres humanos. Precisamos reconhecer que Deus, não qualquer ser humano, governa o mundo e tudo o que nele há. O salmista declarou que a terra pertence ao SENHOR e tudo o que ela contém pertence a ele (Salmo 24.1). Portanto, todo louvor e toda honra são devidos ao seu nome. Paulo prossegue, dizendo. E vocês são de Cristo, e Cristo é de Deus. Os cristãos podem dizer com Paulo: “Se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Romanos 14.8 e Gálatas 3.29).
A Palavra de Deus nos chama a viver vidas santas e retas. Nos chama a vivermos confiantes no Senhor somente, a amar nosso irmão, a perdoar. Devemos tomar a providência necessária em amor, em espírito de brandura, olhando por nós mesmos para que não sejamos também levados pelo pecado, mas ajudando-nos mutuamente, levando as cargas uns dos outros, para que a comunidade toda viva uma vida de santidade e de alegria.
Essa mensagem é para cada um de nós. É nossa responsabilidade de orarmos e vivermos vidas santas, ajudando-nos uns aos outros a nos livrar do inimigo das nossas almas. Esse é o pior inimigo: o pecado não tratado.
Que Deus nos dê graça e misericórdia para vivermos segundo o padrão da Palavra de Deus.