A vida é um dom, um presente de Deus, portanto devemos amá-la e preservá-la. Jesus, nosso Mestre, valorizava a vida de todas as pessoas, e de uma forma muito especial, a vida das crianças. Neste episódio que lemos acima, ele ressalta isso, quando chama as crianças para perto de si, as toca e as abençoa.
Precisamos aprender com o Mestre. Devemos amar a vida e preservá-la, e fazemos isso de forma muito especial quando cuidamos dos pequeninos que o Senhor nos deu; e os protegemos. Precisamos criar um mundo que seja das crianças e para elas, um mundo mais justo para os pequeninos, onde eles se sintam amados e respeitados, queridos e honrados.
Contudo, há de se ressaltar que nem todos têm a mesma visão do Reino, e o texto que lemos nos alerta para essa realidade. Gostaria de sugerir pelo menos três idéias de mundo que o texto que lemos nos desafia a pensar. O primeiro deles é o Mundo dos Adultos – nele a criança não tem valor, é desprezada. Nesse lugar as crianças são abusadas e maltratadas; são discriminadas e não têm voz. A realidade é de adultos e todas as coisas objetivam a satisfação da “gente grande”. A criança sempre é a geração futura e nunca a realidade do hoje. Inclusive as bênçãos são somente para os adultos, pois criança “não tem vez”.
Quando criamos, estabelecemos ou incentivamos este tipo de mundo impedimos e dificultamos os pequeninos de ir até Jesus. Geramos em seus corações a ira, o rancor, a mágoa; pecados que nos afastam de Deus. Quando nos esquecemos delas, o que de fato fazemos é nos colocarmos em um lugar superior e as “desprezamos” de certa forma.
Há um desafio que necessita ser aceito: Devemos nos policiar para sermos pontes e pedras de passagem, e não muros e pedras de tropeço, que impeçam nossos pequeninos de conhecer a Jesus e seu grande amor por eles. Devemos nos lembrar que Jesus também morreu por nossas crianças.
Outro mundo que poderíamos pensar é o Mundo de Jesus – nele as crianças têm valor, são prezadas. O Reino de Deus pertence a elas e aos que se comportam como elas, como diz o Mestre. Neste mundo não há espaço ou lugar para “adultos”, pois todos devem imitar as crianças porque delas é feito o Reino de Deus. Esse é um lugar para desfrutar da presença de Jesus. Quando pensamos e incentivamos este tipo de mundo valorizamos a espontaneidade e a sinceridade; relevamos a inocência e as boas ações; lembramos da justificação graciosa sobre os pequeninos do Mestre amado, e de seu grande amor para com todos.
Neste caso há um outro desafio que precisa ser aceito: Aceitar a Jesus e seu Reino eterno como uma criança o faz. Se quisermos fazer parte do Reino de Jesus devemos aceitar seu senhorio e salvação de maneira espontânea e simples, como crianças.
Por último, o Mundo para as Crianças – nele só existem as crianças de Jesus, seus filhinhos e filhinhas. Nesse lugar é somente a bênção do Mestre que conta. Aquelas crianças que foram tocadas por ele, trazidas à sua presença, é que fazem parte deste Reino bendito. Jesus é aquele quem as chama, recebe e as abençoa; e as acolhe em seus ternos braços – e nos braços de Jesus elas estão seguras eternamente. Este é um mundo escatológico, ou seja, ainda por vir, pois será inaugurado quando o tocar da última trombeta for ouvido e todos os filhinhos de Deus forem conduzidos ao lar celestial. Ali não haverá nem choro nem sofrimento, somente a alegria e o amor reinarão para sempre entre a família de Jesus e seus pequeninos – eternamente!
Entendo que no mundo dos adultos, a desavença e rivalidade e desamor imperam; entendo que no Mundo de Jesus elas adentram para conhecer a graça bendita e receber vida; e sei que no mundo feito para elas, e para aqueles feito elas, é o lugar que todos um dia moraremos eternamente e em plena paz com o nosso amigo e irmão mais velho, Jesus Cristo.
Que seja assim a nossa oração: que venha o teu Reino, ó Jesus! Amém