Acreditamos que os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele mesmo dá, como diz Salmo 127.3. Mas, claro que para cada um de nós isso pode ter diferentes significados. Para mim a maternidade tem sido a experiência mais transformadora que já vivi, porque sinto no meu coração que minhas filhas vieram para me aproximar mais do Senhor. Nitidamente percebi que Deus me convidava para caminhar mais próximo a Ele, me transformando a cada passo. Mas esse gracioso e reconfortante convite surgiu no meio de um turbilhão de emoções e acontecimentos.
Só as mães sabem quanto dedicamos e investimos pra fazer o melhor de nós e quanto o que idealizamos pode ser distante da realidade esmagadora. Até mesmo porque, ao longo da vida, construímos um conceito ideológico sobre como uma boa mãe deve agir diante de cada situação, desde questões simples do dia a dia de um bebê, até os mais complexos dramas da adolescência. Porém os desafios que vivemos diariamente parecem ser surpreendentemente únicos, e, encontrar uma forma de conduzi-los muitas vezes é bem mais complicado do que nos pareceu anteriormente.
Fato é que, perseguir um objetivo traçado sobre nossas crenças, tendo como padrão o que idealizamos ou por outras mães, pode ser destrutivo. Porque quando erramos, nos frustramos e nos afundamos em cobranças, cargas e culpas. Quando acertamos, tendemos a nos encher de nós mesmas e tomando todos os créditos pelas nossas atitudes. Onde está o nosso Deus nisso?
Ele está onde sempre esteve, nos convidando a caminhar ao seu lado para aprendermos dele e aliviarmos nossas almas. Esse caminho de intimidade com nosso Pai se dá por meio da oração. A oração sincera é fruto de uma alma sedenta que busca a única fonte que pode nos saciar. Orar é a forma que temos de reconhecer a Deus como Senhor de nossas vidas. Quando abrimos nosso corações ao que Ele tem para nos ensinar e voltamos os olhos somente para ele, todo o peso que carregamos pode ser tirado de nós.
“Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus.” (Marcos 10.18), portanto tentar ser uma boa mãe de acordo com nossos padrões não pode, e não deve, ser o nosso principal objetivo. Por outro lado, confiar na força do nosso próprio braço para sermos mães perfeitas é uma péssima escolha que contamina até mesmo as nossas orações, porque nos colocamos como capazes de fazer algo de bom, quando não somos.
Devemos buscar, portanto, reconstruir a nossa fé, caminhando ao lado do nosso Senhor em oração, aceitando o seu jugo que é suave e seu fardo que é leve. Nos braços do Pai podemos confessar nossas falhas e temores, depositar nossos anseios e contar com sua ajuda para aprendermos dele, que é manso e humilde de coração.
Perseverar nesse caminho de orar sempre sem nunca desanimar (Lucas 18.1) é a chave para que nossa alma materna seja centrada em Jesus, e só assim poderemos, de fato, conduzir nossos filhos a Ele. Para isso precisamos aprender mais e mais do nosso Deus, por isso Jesus nos disse: “Se vocês permanecerem em mim e, e minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes serás concedido.” (João 15.7). A palavra de Deus é viva e eficaz para moldar nosso caráter e atitude, transformando até mesmo o conteúdo das nossas orações.
A oração foi planejada para louvar a Deus e sustentar nossa alegria nele, trazendo alento aos nossos corações. Quando oramos, depositamos em Deus a nossa confiança, sabendo que ele agirá da melhor maneira e no tempo certo para responder às nossas súplicas. Para isso será preciso tirar o foco das situações que estamos vivemos, e colocá-lo em Jesus, reconhecendo-o em todos os nossos caminhos para que Ele endireite nossas veredas (Provérbios 3.5-6). Isso é renunciar ao controle e permitir que o nosso Deus nos direcione.
Mães! Saibam que, ao orarmos, recebemos ajuda através do Espírito Santo, e o próprio Deus recebe toda a glória por tudo. Por isso precisamos orar de forma urgente e contínua, certas de que nosso Deus nos ouve, responde, sustenta e transforma segundo seu amor e sua graça.