Jesus tinha o poder de descortinar e descobrir a verdadeira condição da alma humana (1 João 2.25). Ele conhece o que e quem realmente somos, e mesmo assim nos ama. A humanidade perdida, e estamos todos incluídos nela, foi o alvo de seu grande amor, pois ele mesmo conhecendo a natureza humana pecaminosa, como criador de tudo o que existe, decidiu vir ao nosso encontro e nos salvar. Que linda história essa da nossa salvação!
Isso somente foi possível porque ele, em Jesus, se fez homem. Ele “calçou nossos sapatos”, esteve em nosso lugar encarnado como um de nós. Agiu desta maneira porque era uma pessoa sensível a todas as nossas necessidades. Jesus verdadeiramente nos amou e continua nos amando, e essa é uma verdade que deve nos transformar.
Quando falamos sobre Lutar por Justiça na prática, tema de nossa meditação de hoje, precisamos refletir sobre o que acabamos de comentar acima. Se de fato o nosso modelo é Cristo, então devemos andar como Cristo andou (1 João 2.6), e preconceitos nunca fizeram parte de seu ministério de amor. Ele acolheu a todos em seus ternos e amorosos braços.
Não pense, entretanto, que sua atitude acolhedora não exigia mudança por parte do arrependido e compromisso com a Justiça e a Verdade. Todas as vezes que Jesus se mostrou compassivo, se revelou justo da mesma forma (Salmo 116.5), e há promessa para aqueles que também assim se comportam (Salmo 112.4). Lutar por Justiça é de fato ter o coração no outro: é agir com misericórdia e compaixão, entretanto lembrando de que é ali que a justiça está plantada.
Nos tempos de hoje, a demanda social “exige” que sejamos tolerantes e acolhedores, o que significa para muitos a capacidade de afrouxar valores e aceitar qualquer coisa. Não é bem assim. Temos, sim, que lutar por um mundo mais justo e menos preconceituoso, mas tudo pela verdade e pelo amor. Assim, devemos lutar para que preconceitos não se instalem em nossas vidas, seja ela a privada ou a pública, pessoal ou comunitária.
As questões do preconceito de gênero, racial, econômico, religioso, ou político, permeiam as relações domésticas, bem como as sociais. Infelizmente nossa sociedade ainda é vil e má, e vive sob os escombros do pecado. Contudo, Deus chamou homens e mulheres para viverem em amor, revelando na prática este mandamento de Deus. Não podemos permitir que as questões de gênero, ou quaisquer outras questões, promovam preconceitos em nosso meio. Toda forma de preconceito deve ser combatida, mas sob a guarda da justiça e do amor. Para que eu retire da minha vida todo preconceito e estabeleça justiça, a verdade precisa imperar.
Não posso “passar a mão na cabeça” do pecado, nem aceitar suas imposições, sejam elas pessoais ou pelas “novas” regras sociais ditadas a nós por mídia ou qualquer outro veículo. Precisamos, sim, ser tolerantes e compassivos, mas da mesma forma justos e seguir a verdade. Assim agiu o Mestre, assim devemos agir para que o preconceito seja vencido e banido de nossas relações.
É seguindo o exemplo de Jesus, que nos amou de fato e de verdade, e é sempre compassivo e misericordioso para conosco, se mostrando o tempo todo justo, que nós acalcaremos êxito nesta luta diária contra nós mesmos e contra o mal.
Devemos clamar a Deus para que ele nos ajude a vencer nossos preconceitos e a estender perdão, misericórdia e graça àqueles que estão na jornada da vida aqui conosco. Devemos pedir a ele que nos livre de nós mesmos e de nossos preconceitos vis, e que ele nos ensine a amar como ele mesmo nos amou. Que seja sempre assim.