Podemos observar que, ao longo da história da humanidade, uma coisa ficou muito clara: a nossa necessidade crônica de esperança. Ansiamos por esperança e buscamos alcançá-la, pois a esperança é o que nos mantém fortalecidos nos tempos de angústia e dificuldade, na dor e no medo, nos bons e nos maus momentos. Precisamos dela para viver melhor, e infelizmente é ela que nos falta em muitos momentos de nossa caminhada. O motivo é porque não entendemos bem essa questão da esperança. Achamos que ela está em nossas mãos, ao alcance de nosso esforço, o que é um engano. Esperança está somente em Jesus!
Por causa do pecado não há mais esperança em nossa natureza humana. Somos um povo pecador e vivemos longe de Deus. A humanidade até tentou encontrar dentro de si mesma um mínimo de bondade, alguma faísca de esperança, mas em vão – e procurarão em vão, pois o problema é que não somos bons o bastante, ao contrário, somos maus e carentes da graça divina. O homem nascido de mulher se tornou pecador em sua essência, e se afastou de Deus e vive sem esperança – essa é a grande verdade filosófica da humanidade (Efésios 2.12).
Uma coisa é certa: não há esperança em nossa história. Olhamos para nós, enquanto moradores deste planeta, e para o nosso passado, enquanto seres humanos, e encontramos uma história de guerra, violência, fome, pobreza, ódio e desobediência obstinada contra Deus. Não há esperança na nossa história passada, nem na presente e muito menos a veremos na futura. O mundo vai de mal a pior, e isso somente irá mudar quando Jesus regressar e restaurar todas as coisas nele. Não há esperança em nossa história.
Também não há esperança em nossa experiência de hoje – a verdade é que sabemos que a vida é muito difícil, não é mesmo? Como sempre digo de púlpito, a vida não é um mar de rosas, não é Disneylândia. Viver é difícil, muito difícil e penoso, e viver vida reta diante de Deus, é mais difícil ainda. Infelizmente a nossa experiência tem nos mostrado que a esperança de momentos melhores não acontecerá. Não há esperança em nossa presente experiência.
Também não há esperança na nossa própria força. Quando jovens temos dentro de nós aquela arrogância juvenil de uma sensação de invencibilidade. Acreditamos que nada nos abaterá. Esse sentimento interior de “imortalidade” e vitalidade longeva logo cede lugar às dores e sofrimentos, desgastes, cansaço e frustração, com a idade que avança. Ao longo da jornada da vida, descobrimos que nossa força é insuficiente para promover a esperança viva. Sim, não há esperança nem na nossa própria força.
Entretanto, a mensagem dos profetas fala de uma nova e magnífica esperança. Uma esperança que vai além da nossa própria força, de nossa vivência, de nossa história e da natureza humana caída. A bíblia nos fala de uma esperança que está viva: Gênesis a descreve como a semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente, que é Satanás; em Números a vemos como um Rei que virá para libertar o povo de seus temores e de toda a opressão; em Deuteronômio fala dessa esperança sendo alguém que ensinará as próprias palavras de Deus ao povo; no livro dos Salmos ouvimos sobre ser ela a pedra angular, a pedra de sustentação de todas as coisas, sobre a qual a vida será construída; o profeta Isaías descreve essa esperança como uma vinda gloriosa, que culminará com o sacrifício final pelos pecados dos homens; Jeremias e Ezequiel a descrevem como aquele que será a nossa justiça eterna; Joel fala dela, que libertará graciosamente todos os que o invocam com fé; Daniel fala de sua vitória final e estabelecimento de um reino messiânico que nunca terá fim; Zacarias fala de um Rei que vem com justiça, promovendo a salvação; Ageu fala do servo humilde, que, como Rei, governará sobre tudo e sobre todos; já no Novo Testamento, João Batista, o último dos profetas, disse que ela era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Essa é a única esperança!
Como disse anteriormente, não há esperança nesta dimensão tacanha e limitada que vivemos. Mas, também acabei de afirmar que há, sim, uma esperança verdadeira e viva, pela qual ansiamos para viver, e viver melhor – Jesus, o Nazareno. Os Profetas disseram ao mundo que um menino, o Messias de Deus, um Salvador, estava por vir para trazer esperança para um mundo perdido – ele, somente ele, é a nossa esperança. Nós e os profetas aguardávamos esse grande e alegre dia, e ele veio – por isso é Natal, Natal de Jesus!
Nesse tempo que celebramos o Advento de Jesus, esse período de antecipação alegre de celebrar o natal de 2.020, essa esperança se avulta, pois a temos conosco. Ela já chegou em nosso meio – ela chegou no natal lá em Belém da Judeia. Glória a Deus!
Precisamos nos alegrar na esperança, e lembre-se: o Natal só existe porque a esperança já está entre nós! Portanto, um Feliz Natal! Um feliz e abençoado Natal para cada um de nós!