Neste mês de Abril vamos nos deleitar com a vida e mensagem de Jesus pelas lentes de São Marcos. Neste domingo iremos nos debruçar sobre o chamado de seus discípulos. Coisa linda é ver o Senhor Jesus caminhando e chamando seus seguidores. Ele continua com a mesma disposição e mesmo método, e ele também nos chama para sermos seus seguidores.
Na passagem que lemos ele chama pescadores. Ele está atrás de gente que está ocupada com a vida e com seus negócios. Os irmãos Pedro e André, e seus primos Tiago e João, eram empresários do ramo da pesca. Como proprietários, eles também punham a mão na massa. Estavam trabalhando de sol a sol para sustentar suas vidas. Gente ocupada em ganhar dinheiro e fazer sucesso. A companhia de pesca que eles tinham rendia-lhes, com certeza, o dinheiro suficiente para eles e suas famílias, mas não sem muita dedicação e muito trabalho.
Jesus está atrás de gente trabalhadora; ele não está interessado em preguiçosos. Ele está à busca de gente que batalha na vida, que normalmente não tem tempo “sobrando”. Falo isso para que você se lembre que a sua desculpa de que não tem tempo para as coisas de Deus, não pode ser usada. Deus sabe do seu labor, do seu trabalho, de sua agenda, de seus afazeres, e mesmo assim, ele te chama.
Ele nos chama para largar as redes. Ele espera de nós uma atitude altruísta e de extrema rendição ao seu chamado bendito. Ele chama gente para largar suas redes – que tremendo! Ele espera a resposta positiva de gente que crê no improvável e investe num futuro nada certo. Ele chama, sem muita explicação, para que larguemos a nossas redes – simples assim. Não dá para dizer para ele esperar um pouco ou oferecer desculpas “plausíveis” de seus negócios e seus afazeres. Jesus sabe bem disso… ele te formou e te conhece, e sabe das suas ocupações, mas assim mesmo, passa pelo seu local de trabalho e te chama para largar suas “redes”, abrir mão de seus planos pessoais e suas aparentes seguranças.
Isso não quer dizer que você tenha que se demitir de seu trabalho para seguir a Jesus. No nosso caso, deixar as nossas redes é: a nossa confiança no material, no palpável, no tangível. O Mestre requer que tiremos o nosso coração das coisas e o coloquemos no seu chamado. Devemos colocar a nossa confiança somente em Jesus e não em nossas “redes”. Largar a rede é confiar que ele cuidará de nós; é com base na confiança e fé; e coragem também. É pular nos braços do Pai na confiança de que ele nos segura e nos abraça.
O chamado é para largar as redes e segui-lo. Se largar as redes tem a ver com confiança e fé, segui-lo tem a ver com obediência e resignação. Ele está atrás de gente que deseja ter um relacionamento pessoal e íntimo com ele, o Criador do Universo. Seguir Jesus não é nada simples; ele diz que seríamos perseguidos, que passaríamos por tribulações e aflições, que deveríamos negar a nós mesmos e nossos desejos vãos, que deveríamos perdoar até mesmo aqueles que nos ofenderiam intencionalmente, deveríamos abrir mão de nossos direitos por amor a Ele, que nosso objetivo de vida seria somente Ele e seu Reino bendito, que ninguém, nem nada, poderia ter a nossa prioridade, senão Jesus, que deveríamos renunciar a tudo que possuímos… e por aí vai.
Quem quer seguir a Jesus, e é ele mesmo quem diz isso às multidões, deve negar a si mesmo, tomar a sua cruz e segui-lo (Marcos 8.34); isso está implícito que não podemos nos envergonhar dele e nem de suas palavras. Devemos honrar a Cristo e nos empenhar para servir com determinação o seu Reino Eterno.
O chamado de Jesus também gera em nós uma mudança radical de perspectiva – ele transforma homens pescadores em pescadores de homens. Ele procura gente que deseja ser bênção na vida de outros. Ele espera que, enquanto estamos indo, levemos outros até Jesus, para que conheçam a Deus e tenham vida eterna. Como o Pai enviou Jesus, ele também nos envia a nós (João 20.21) para levar a boa notícia de que há salvação para todos aqueles que creem em seu nome.
Somos convidados a compartilhar daquilo que recebemos gratuitamente para que muitos recebam, também de graça, a vida abundante em Jesus. Somos convidados a compartilhar com aqueles que passagem por nossos caminhos das muitas e preciosas bênçãos que procedem de nosso irmão mais velho.
Quando Jesus nos chama é para mudar nossas vidas, transformar nossas expectativas e planos. Como sempre afirmo, nós somos bivocacionados, todos nós, e a nossa primeira vocação, depois do encontro pessoal com Jesus, é sermos pescadores de pessoas! É para isso que ele nos chama, e devemos responder positivamente, e alegremente, ao seu convite de “pescar” pessoas para Jesus.
Que o Pai Eterno nos ajude a cumprir nosso chamado, e que o respondamos com altruísmo e dedicação, com fé e coragem, com resiliência e obediência, para a glória exclusiva dele. E sigamos em frente, confiados nele e em seu precioso cuidado.