Não há prédio que defina uma igreja, pois a igreja são as pessoas. Já que nós somos a igreja, e a igreja tem que ser voltada para fora, eu e você temos que estar lá, como o Senhor Jesus mesmo nos ordenou. Somos chamados para uma fé vivida na vida. Somos chamados para “gastar” a nossa vida na vida de outros – compartilhar o que temos e quem somos lá. Devemos viver nossa fé em Cristo, compartilhando a nossa vida com quem está ao nosso redor. É isso!

A missionalidade faz cada vez mais sentido pra mim, pois ser missional significa que, mais do que levar e convidar as pessoas para a igreja, para ouvirem de Cristo, é Cristo sendo levado, cotidianamente, até as pessoas, por meio da presença da igreja na vida da sociedade. E isso é comigo e com você.

Devemos nos lembrar de que nós fomos alcançados um dia e devemos oferecer o mesmo privilégio aos outros que estão ao nosso redor – recebemos graça e misericórdia da parte de Deus e devemos fazer o mesmo com relação aos outros. A graça, a misericórdia, o perdão, a justiça divina, e muita paz, com tolerância e acolhimento, para todos aqueles que estão longe de Jesus. Todos somos iguais, pois somos todos ícones quebrados. Não podemos nos esquecer disso!

Uma igreja cuja sua completa existência é direcionada para servir o mundo, caracterizada pelo grande respeito e amor àqueles que não conhecem a Deus, é de fato a igreja de Jesus, obediente ao seu bendito chamado para IR. Deus é o Deus do envio e nós, seu povo escolhido, somos também o povo do envio. Nossa tarefa é ir; ir aonde ele nos enviar.

Isto quer dizer que essa caminhada no mundo deve ser pautada por uma consciência cultural muito clara. Agindo assim, vamos conectando o Evangelho às narrativas culturais, com os problemas do nosso tempo e com as aspirações culturais da era em que vivemos. É a igreja que se mistura, sem ser absorvida, ao contrário, influenciando pessoas em seus relacionamentos e atitudes. A Bíblia nos diz que o Verbo se fez carne e habitou entre nós (João 1.14). Permita-me uma tradução livre que li outro dia: “e a Palavra se tornou gente e chegou na vizinhança”. Foi isso que ele fez e é isso que devemos fazer! Estar lá, representando Jesus e seu eterno amor para com todos. É simplesmente estar lá fora, vivendo Jesus!

Coisa linda é ver uma igreja missional vivendo e cumprindo o seu papel no mundão de Deus! Para isto, é necessário estarmos abertos para o estranho e para o estrangeiro. É querer, de fato, entender o outro, oferecendo a graça e o amor divinos para todos os que nos procuram. É fazer, de verdade, o que Cristo fez e faria – é incorporar a narrativa da história da Bíblia, nos importando com a relevância do contexto, claro, contudo, tudo centrado em Jesus, no seu exemplo, na sua ética e moral.

O viver missional, voltado para fora, é a crença que os mistérios do Evangelho precisam ser vividos com fé e obediência no Jesus de Nazaré. E lembrem-se de que o Evangelho é mistério! A vida simples e repleta de fé descortina os mistérios e avulta ainda mais a fé, fazendo-nos viver na dependência do Pai Eterno, ao invés de tentar “resolver” as nossas questões existenciais. E também, a nossa vida lá fora deve ser com base no que cremos, o que muitas vezes, por causa do mistério do Evangelho, não é compreendida. Nossa obediência e submissão é para com Jesus e seu Evangelho transformador. Ponto final! E o Evangelho muda vidas!

Somos convidados, como igreja que é chamada para fora, para um viver repleto de significado e propósito, com autenticidade e verdade, amando a Deus e ao nosso próximo. Isso choca a cultura lá fora, mas agrada a Deus. Uma viver engajado em fazer parte da maior e mais linda história de Deus para este pequeno planeta.

Nós somos os seus enviados lá para fora, para proclamar essas boas novas a todos os desavisados e perdidos. Somos desafiados a viver vida plena e abundante onde estamos plantados; somos parte de um grupo que decidiu amar e servir a Deus; somos a igreja lá fora, proclamando que há salvação em Jesus, o nazareno.

É isso que somos. Para isso fomos chamados. Vivamos assim!