Queridos de Jesus Cristo, a oração é um exercício espiritual de muito valor para o cristão. O filósofo e teólogo Søren Aabye Kierkegaard disse a seguinte frase a respeito da oração: “A função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora”. Penso que é de grande importância tal colocação, pois antes de qualquer coisa, quando falamos em oração, precisamos pensar em dois protagonistas que sempre estão envolvidos no ato de orar: Deus e o homem.
Bom, no que diz respeito a Deus, a Bíblia revela claramente que Ele é imutável, ou seja, o ser de Deus não muda em virtude do tempo ou de algo externo a ele. Ele é o mesmo hoje e o será eternamente! Por outro lado, o homem é finito, mutável e limitado. Ele é sujeito às variações ao longo do tempo. Assim, quando oramos, precisamos atentar para esses dois aspectos tão fundamentais a fim de que entendamos quem Deus é e como age diante de nossas orações, bem como entendermos quem somos e qual é o objetivo da oração.
Muitos são os ensinamentos a respeito da oração, entre eles, e talvez os mais difundidos, são baseados em experiências. Estas fazem parte da vida humana e são necessárias para o crescimento, mas o fundamento de tudo está na Palavra de Deus. Sendo assim, quero compartilhar três aspectos importantes a respeito da oração.
O primeiro aspecto é sobre o fundamento de nossas orações. Posso utilizar vários textos para justificar ou apoiar esta premissa, porém invoco apenas o que está escrito em Provérbios 28.9: “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável”. Isso sempre me assusta! Isso sempre me deixa pensativo porque somos tentados a fugir da fonte, do fundamento em busca de nossas realizações ou ambições travestidas de “motivações espirituais”, o que faz com que nossas orações se tornem abominações diante de Deus.
O segundo aspecto é que a oração é um instrumento que motiva e nutre a obediência a Cristo, ou seja, a pergunta que faço é: “O que adianta conhecimento e verdade abstratos se não temos comunhão com Deus em oração”? A oração, pelo menos a particular, é difícil de ser feita a partir de um motivo falso. Sendo assim, quando a fazemos com a sinceridade que requer, projeta-nos para a motivação e nutrição da obediência a Cristo.
O terceiro e último aspecto é sobre o propósito da oração. Aqui, muitas pessoas confundem, pois acham que nossas orações mudam o caráter ou o ser de Deus. Não, elas não mudam! Elas podem mudar as coisas, podem e provocam realização de coisas extraordinárias, mas ao mesmo tempo nos chamam para atentarmos para a soberania de Deus. Veja o que Jesus nos ensinou: “…seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus…”, portanto, na oração somos convidados a prostrar, a reconhecer nossa falência e reconhecer a suficiência do poder de Deus.
Sendo assim, quero concluir esta mensagem convidando-lhe a voltar o seu coração para a oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, a conhecida Oração do Pai Nosso. Nela, temos o esquema, o modelo, os princípios que devem regem as nossas orações.
Que Deus o abençoe!