Esperança da Vida Eterna

Nossa leitura de hoje está em Tito, uma carta escrita por Paulo com orientações e recomendações a esse jovem pastor. Com base nesse texto, vamos falar sobre 3 pontos: o que é fé e conhecimento da verdade; o que esses elementos geram; e como a esperança na vida eterna é a base para obtê-los.

 

O que é fé e conhecimento da verdade.

A definição de fé mais conhecido está em Hebreus 11.1: “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.”. O escritor de Hebreus também diz que “o justo viverá pela fé” (Hebreus 10.38). Isso porque a vida do cristão não deve se basear no que podemos ver ou em nossas certezas.

No entanto, a fé não é algo fácil de manter, pois requer uma dependência total em Deus. O exemplo de Pedro andando sobre as águas e sua subsequente queda demonstra a fragilidade da fé humana (Mateus 14). Da mesma forma, o pai do menino possesso expressa sua crença, mas também sua luta contra a incredulidade (Marcos 9). Quando pensarmos em fé, é importante termos em vista que é uma condição de vulnerabilidade e dependência total no Autor da nossa Fé.

 

Sobre o conhecimento da verdade, há um aspecto contextual importante.  As cartas de Paulo aos pastores, e às igrejas, tinham um objetivo de combater as falsas doutrinas e o gnosticismo. Enquanto o gnosticismo enfatiza um conhecimento humano como o principal foco, Paulo ressalta a necessidade do conhecimento baseado na verdade de Cristo. O conhecimento sobre a vida e sobre o mundo não tem valor se não for baseado na Verdade de Cristo, Naquele que é a própria Verdade.

 

O que fé e conhecimento da verdade geram.

Nossa fé e conhecimento devem gerar vida piedosa. Se não, não vem de Deus. Jesus é nosso exemplo maior de vida piedosa. Ele assentava com os chamados “pecadores”, questionava os religiosos e suas doutrinas, e acolhia o necessitado – seja ele quem fosse. A vida piedosa de Jesus deve ser nosso critério para saber se estamos de fato usando nossa fé e conhecimento da forma correta, gerando vida piedosa em nós.

 

Como posso obtê-los.

E agora chegamos na esperança da vida eterna, que, segundo o texto que lemos, é o fundamento de uma vida piedosa gerada pela fé e conhecimento da verdade. Mas por que algo que parece tão distante impacta a forma que vivo hoje? Por que a esperança na vida eterna é a base para eu ter uma vida piedosa?

Um primeiro ponto é que o nosso futuro impacta o nosso presente quase sempre. Por exemplo, se quiser passar em um concurso, precisa estudar hoje. O plano do futuro – aquilo que você espera no futuro – impacta suas prioridades hoje. A esperança na vida eterna deve impactar minha escolha de ser mais piedoso e colocar o meu presente em perspectiva.

O segundo ponto é que, quando falamos dessa esperança, não estamos apenas falando de um aspecto que ainda virá; uma vida eterna que ainda não alcançamos. Porque, em Jesus, nós já temos a vida eterna hoje! Vida eterna não é apenas “vida sem fim” – é vida em Cristo! Somente nessa esperança posso viver os meus dias – os bons e ruins. Porque se tenho vida Nele, tudo posso. Sempre sairei vencedor – e isso não tem nada a ver com minhas circunstâncias ou com o resultado “real”. Somos vencedores porque temos vida em Jesus.

Um último argumento é que a esperança na vida eterna nos é dada. Vivermos nossa vida com essa base, nos lembra que nosso presente e nosso futuro são sustentados pela graça de Deus. Não podemos fazer nada para conquistar a vida eterna, nem para perdê-la. É graça! Sabemos que os ventos virão e, se nossa esperança não for na graça, afundaremos no mar, como Pedro.

 

Concluindo, a fé e conhecimento da verdade geram uma vida piedosa, mas apenas se fundamentados na esperança da vida eterna. A esperança que impacta meu presente, minhas prioridades hoje. A esperança de que não apenas tenho vida sem fim, mas tenho vida plena em Jesus. E a esperança não é baseada na minha força ou capacidade, mas na graça Daquele que é a própria Esperança.

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