Ao ler o texto de Provérbios 31 a partir do versículo 10, nos deparamos com a descrição de uma mulher que ainda é esposa e mãe e cumpre com maestria todos esses papéis com uma força e sabedoria invejáveis. Essa descrição tem desafiado mulheres através dos séculos, porque a mulher descrita é tão perfeita que o próprio texto nos diz que ela é difícil de ser encontrada.
Impossível evitar a comparação comigo mesma. Essa é a mulher que eu me esforço para ser, mas sinto que sou muito falha e estou longe de me encaixar nessa descrição. E não é só nessa comparação que eu fico bem para trás, por toda a bíblia encontramos exemplos de mulheres que são exemplos de força e conduta. Conheço pessoalmente algumas mulheres que admiro e me esforço para seguir o exemplo.
Sempre ouvi histórias das minhas avós que cresceram e criaram os filhos na dura vida da roça. O trabalho braçal nunca foi exclusividade dos homens. Comparada a elas eu me sinto muito fraca! Elas criaram vários filhos sem máquina de lavar, sem Netflix, sem aspirador de pó, sem WhatsApp do pediatra pra socorrer enquanto não se consegue uma consulta. Era uma vida muito dura, como elas davam conta? Esse dias li um post sobre essas diferenças entre as mulheres de antigamente a as de hoje e entendi um pouco mais alguns aspectos dessa disparidade. Enquanto elas tinham muito mais trabalho com os afazeres do dia a dia, as facilidades da vida moderna nos custaram a tranquilidade de deixar as crianças brincarem na rua, ou irem pra escola sozinhas. Fora o fato de que saímos de casa para contribuir com o sustento dos nossos lares e quando batemos o ponto só significa que acabou a primeira jornada. Ainda temos que buscar as crianças, cozinhar, cuidar da casa, do marido, de nós mesmas – o que quase sempre fica por último.
Claro que é preciso muito mais que vontade para administrar nosso dia a dia. Então me deparo com o penúltimo versículo do mesmo capítulo 31 de Provérbios que nos diz que até a graça e a beleza, que nos são inatas, são vãs se não tememos ao Senhor. Eis o segredo da mulher perfeita e ideal! A mulher que teme ao Senhor será louvada e não a que parece mais perfeita. Toda perfeição cai por terra sem o temor do Senhor.
Já aprendemos que “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv. 9.10), ou seja, que temer ao Senhor é o modo pelo qual adquirimos sabedoria, ao sermos cheios pelo Espírito Santo. Alcançamos o nosso papel de mulheres sábias a medida em que atentamos para a ação do Espírito Santo em nós. Guiar-nos por esse princípio torna a nossa rotina mais leve, além de nos confortar e acalmar, porque sabemos que Deus está no controle até da nossa rotina louca. A mulher sábia tem o importante papel de edificar a casa. Não que essa sabedoria também não seja importante para o homem, mas a mulher sábia tem o poder de cuidar dos seus de modo que o temor do Senhor sustenta o seu lar sob bases firmes, que não serão abaladas. Podemos aprender ainda com a passagem de Salmos 127.1 e 2 que nos diz que todo o nosso esforço de nada nos adiantará sem a ação do Espírito Santo através de nós para a edificação da nossa casa.
Posso concluir então que sábia não é aquela que se guia por pressões de modelos perfeitos e por vezes até inatingíveis de mulher. A mulher virtuosa é aquela que sabe que o Senhor, a quem ela teme, e por isso serve, está cuidando para que o trabalho da sua mão frutifique a medida em que ela planta a palavra de Deus no cuidado com o seu lar, com seus filhos e marido, com as pessoas ao seu redor, com seu exemplo de conduta.