Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?

O salmo 121 é o segundo salmo de um grupo de 15 salmos de romagem. Esses salmos eram cantados pelos judeus peregrinos em sua caminhada até Jerusalém, pelo menos uma vez ao ano, em uma das três grandes festas judaicas. Este salmo nos traz duas grandes certezas: Teremos aflições nesta vida e somente em Deus encontraremos socorro. Muitas pessoas fazem deste e de outros salmos um tipo de amuleto, repetem sucessivamente os seus versos na esperança de que os problemas não apareçam ou desapareçam. Uma espécie de “pensamento positivo”. Não é assim que Deus trabalha a nossa vida. Temos a nossa responsabilidade espiritual. Temos a tendência a atribuir as coisas boas a Deus e as coisas ruins ao diabo. Engana-se quem pensa assim. É Deus quem nos permite passar por tribulações. Ele tem um propósito para tudo em nossa vida. Ele trabalha o nosso caráter. “No dia da prosperidade, goza o bem; mas, no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele… (Ecl 7.14). Muitas vezes os tempos ruins são consequências das nossas ações de  desobediência a Deus. Deus nos perdoa quando nos arrependemos e confessamos os nossos pecados, mas é certo que sofreremos as consequências das nossas ações e/ou omissões.

Quando esses tempos ruins surgem nas nossas vidas, o que fazer? “Elevo os olhos para os montes, de onde me virá o socorro?” Hoje eu quero trabalhar a ideia de que o salmista teria em sua mente o monte de Jerusalém, o monte de Deus, o monte de Sião. Na caminhada do povo até o monte de adoração, onde há o culto ao Deus Vivo, onde o sacerdote propiciava os pecados dos fiéis que se reconciliavam com o altíssimo. Focado neste monte, a certeza de que o Guarda de Israel iria proteger o seu povo na peregrinação. Os perigos do dia não poderiam tirar o foco da caminhada, assim como os perigos da noite não poderiam afligir o homem temente a Deus. O mal não poderia anular o bem maior assegurado àqueles que temem ao Senhor. Ele guarda a nossa alma.

Hoje, somos peregrinos nesta vida aqui. Nossa peregrinação é para a Jerusalém celestial. Os perigos estão em nossa volta, as dificuldades e frustrações fazem e farão parte da nossa vida. Temos que manter o nosso foco no monte do Senhor. Desta vez nossos olhos tem que estar fitos no monte da salvação, no monte Calvário. Onde Cristo se entregou por nós para assegurar que o mal jamais possa agir contra a nossa alma. Foi lá onde Ele morreu por mim e por você. Mas é certo que Ele venceu a morte, ressuscitou ao terceiro dia, foi assunto ao céu, encontra-se à direita do Pai todo poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos e nos resgatará para habitarmos eternamente com Ele. Por causa dessa verdade, eu posso elevar os meus olhos para o monte na certeza de que todos os meus problemas nesta vida não passam de uma “leve e momentânea tribulação (2 Co 4.17)”. Porque eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que é poderoso para me livrar de todo o mal (2 Tm 1.12). Ele é o Guarda de Israel. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum (Sl 23.4). O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele. O mais, Ele fará (Sl 37.5).

Soli Deo Gloria.

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