A nossa meditação é sobre Jesus. Ele habitou entre nós. Habitar implica, necessariamente, a ocupação de algo. Jesus se encarnou e habitou entre nós. Ele ocupou um espaço geográfico específico neste planeta, tornando-o a sua residência temporária. Diante desse fato magnífico, e considerando que as comemorações ou as celebrações de natal se aproximam, vamos pensar o que isso significa para a humanidade? Para respondermos a esta pergunta, é mister voltar para o texto do Evangelho de João, capítulo 1. Este texto é repleto de significados e de abrangências teológicos, sendo assim, tenho que delimitar alguns pontos específicos. Assim temos: 1º) quando o Senhor Jesus veio habitar entre nós, esse ato proporcionou à humanidade o entendimento da origem de todo o universo.
Veja o que dizem os versículos 3 e 4: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez (v.3). Nele estava a vida …(v.4)”. Numa percepção ampla (lato sensu), cremos, sabemos e pregamos que Deus criou todas as coisas. Contudo, quando lemos estes textos, percebemos que a declaração do evangelista é voltada à participação de Jesus Cristo na geração da vida: tudo foi criado por ele, nele estava a vida. Neste sentido, sabemos em compreensão pormenorizada que o Cristo encarnado não apenas apareceu na existência humana com o seu nascimento, mas, antes, na eternidade, já estava presente atuando para que a nossa história fosse concretizada. 2º) quando o Senhor Jesus veio habitar entre nós, esse ato evidenciou a revelação da pessoa e do caráter de Deus Pai. Veja o que diz o versículo 14: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
A pessoa de Jesus revela a pessoa de Deus Pai, sendo assim, quem olha para Jesus vai enxergar a pessoa do Pai. Aqui é uma grande revelação! Como somos acostumados com a cultura ocidental a respeito do nascimento de Jesus, a nossa comemoração envolve ceia, confraternização e troca de presentes, contudo, pouco pensamos que a presença de Jesus na terra tornou perceptível para nós que Deus Pai é uma pessoa virtuosa em amor, graça e justiça. Em amor porque Ele amou o mundo de tal maneira que ofertou o seu bem mais precioso; o seu Filho (Jo 3.16), graciosa porque todo esse ato é a mais pura expressão de sua generosidade, mesmo sabendo que os homens jamais poderão retribuir tal favor, e virtuosa em justiça porque é na pessoa do Senhor Jesus que vemos a aplicação da justiça em dois aspectos: a divina e a humana. A divina porque a Justiça de Deus foi feita nele. Ele pagou o preço e sofreu em seu corpo o peso de nossos pecados; a humana porque entendeu o seu lugar e a sua missão, de modo que jamais utilizou expedientes que pervertessem a verdade e a honestidade. 3º) quando o Senhor Jesus veio habitar entre nós, esse ato possibilitou a certeza de que aquele que nele crê adquire um novo estado: a de filho de Deus. Aqui, como disse, há implicações teológicas que podemos ressaltar, mas quero me ater, especificamente, nessa condição de filho de Deus.
As Escrituras Sagradas ensinam que fomos gerados em Cristo para sermos filhos de Deus, ou seja, se antes estávamos afastados, longe, desvinculados de Deus, hoje, por meio do Cristo encarnado, somos reaproximados e tornados filhos. Não somos filhos porque somos criaturas dentro do mundo criado, mas porque Deus nos deu a condição, o poder de assim sermos feitos. Essa condição não é por mercancia, mas por fé, por crer. Mas, lembre-se que não é apenas um crer simbólico, antes, um crer que implica em saber e reconhecer quem Jesus é: Senhor (Fp 2.6). É somente nessa condição que a filiação é operada em nós. Você crê?
Ele habitou entre nós! Quando essa habitação tornou-se realidade entre nós, os magos vieram até a ele e se prostraram em reconhecimento à dignidade da pessoa do menino Jesus. Prostremo-nos diante dele e reconheçamos a dignidade dele. Pode Crer!