Jesus certamente é o Filho de Deus, cheio de sinais e prodígios, como narram as Escrituras. Curou tantos, abençoou multidões, fez muitos milagres. Em um deles alimentou mais de cinco mil pessoas com um simples lanchinho de um rapaz que estava entre a multidão, narrado no início do Evangelho de João, capítulo 6. O povo ficou maravilhado e voltou a procurar Jesus para ter mais pão (v.26). Neste contexto Jesus afirma mais uma vez quem ele é, quando diz “Eu sou o pão da vida”, talvez frustrando a expectativa da maioria da multidão que tinha a intenção muito clara de receber o pão material e nada mais.
Note bem que antes de afirmar que ele é o Pão da Vida, ele conclama seus ouvintes a trabalhar não somente com os olhos voltados para a efemeridade da vida, mas para o se ter vida, e vida eterna (v.27), ao que respondem seus interlocutores: “Como faremos para realizar as obras de Deus?” Quando Jesus disse a eles que deveriam trabalhar para comer pão, e da mesma forma trabalhar para comer “pão espiritual”, eles entenderam que precisavam fazer alguma coisa para receber tal alimento tão maravilhoso e sobrenatural. De fato, há trabalho a se fazer, mas surpreendentemente a resposta do Mestre é “somente crer” (v.29).
O “crer” é mais do que afirmar uma crença em alguma coisa ou mesmo declarar seguir princípios religiosos. Crer em Jesus é comer dele, comer do verdadeiro pão que desceu do céu. Nem o Maná que caiu do céu e alimentou o povo no deserto era verdadeiramente o Pão do Céu. Só ele, Jesus, é o verdadeiro pão, e precisamos dele diariamente.
Jesus precisa ser tomado, ingerido, degustado, provado, ou seja, precisa ser vivido em nosso cotidiano; e isso é crer nele. É só assim que a fé verdadeira tem significado e mostra seu valor. Eu preciso me apropriar dele, com fé, para que ele se torne parte de mim. É como se a vida dele se misturasse à minha, e o alimento que ingeri se tornasse a minha própria vida, sem o qual não poderia mais viver. É viver dele e para ele exclusivamente.
Assim, o Mestre se adianta dizendo que quem crer nele terá a vida eterna (v.47); quem comer dele terá a vida eterna (v.51). Quem se alimentar de sua carne e sangue jamais terá fome e sede eternamente (v.35). A vida eterna nada mais é do que conhecê-lo, crer nele, se alimentar dele, viver dele e para ele; esse é o chamado de Jesus para nós hoje.
Lembremos que a vida eterna a qual ele se refere é viver e não morrer; e mesmo que morramos aqui nesta dimensão, ele prometeu ressuscitar-nos no último dia (v.40). A ressurreição final é o prêmio para aqueles que se alimentam dele, bem como uma vida saciada por ele, enquanto aguardamos o dia de nossa redenção. Por isso o Pão do Céu alimenta a alma daqueles que o comem.
O pão, que significa aqui a provisão alimentar para a jornada, é mais do que farinha, sal e água, é suprimento. Nossas necessidades estão diante de nós e nos assolam; tiram nossa paz e geram ansiedades desnecessárias. Precisamos de pão, e quando comemos do Pão da Vida essa perspectiva muda. Somos saciados e recebemos o sustento emocional e espiritual, bem como o material, que tanto precisamos.
O meu convite é que assentemos diante de Deus e comamos do verdadeiro alimento para que tenhamos provisão na caminhada até o dia que ele nos resgatará, trazendo consigo a Ressurreição e a Vida Eterna. Maranata, ora vem, Senhor Jesus.