Todo final de ano é sempre a mesma coisa: a gente olha pela casa o que está velho, estragado ou que não usa mais e levamos para um posto de recolhimento ou doamos para algum local que precisa mais. Eu mesmo, com a minha mudança, dei uma limpeza em casa e fiz essa separação. Muita coisa foi doada e outras que não tinham condições de uso foram para o lixo.
Com a “limpeza” da casa e de separar o que presta e o que não presta, comecei a pensar de como isso é fundamental na vida. Limpar a casa é importante, mas como é mais importante a “limpeza da vida”. “Limpar” a pressão dos desafios do ano, do stress da cidade, da cobrança de resultados e até de sonhos e planos não realizados. Se conseguimos ou não, cumprir os prazos, metas, resultados, agora pouco importa, o necessário agora é livrar do entulho que que ficou.
É necessário “limpar” nossas emoções. Brigamos, discutimos, discordamos, frustramos e fomos frustrados- no trânsito, em casa, no trabalho, em muitos lugares, e isso nos custou caro emocionalmente. Em muitos momentos os sentimentos ruins entulham em nossos corações e eles precisam ser descartados. É importante “limpar” a maneira de pensar que em muitas vezes é contaminada pelo consumismo e pelos padrões de comportamentos errados que nos cercam. Esquecemos que o importante é ser e não ter.
É importante perceber que quando esses sentimentos e ações ficam entulhados em nosso coração, ocupam o espaço de uma melhor relação com Deus e com os outros. Elas nos atrapalham, nos impedem de enxergar o melhor da vida, de perceber os bons momentos que temos com as pessoas, de usufruir das alegrias diárias, que são frutos da graça de Deus em nosso favor.
Entulhos emocionais, sentimentais, comportamentais, podem, e devem, ser descartados sempre que possível, mas no fim do ano essa ação fica mais em evidência ao nosso redor. Nunca é tarde para começar a “jogar fora”.
Se conseguimos entender que precisamos jogar fora o lixo interior, a próxima ação é saber onde jogar. Temos que ter um local para o descarte correto. Não podemos jogar em qualquer lugar. É preciso levar para o “centro de recolhimento de lixo interior”. As vezes, escolhemos o vizinho, a esposa, o colega de trabalho, pessoas ao nosso redor que recebem, muitas vezes, o nosso lixo. Esse fardo não pode ser administrado por nós, mas precisamos de ajuda, de uma ajuda divina, e não pode ser “jogado sobre os outros”.
Descarregue sobre Deus sua ansiedade. Coloque esse lixo todo nas mãos dele, deixe que ele cuide disso, se entregue, se derrame, se alivie em Deus, porque Ele TEM cuidado de você (1 Pe 5.7). Deus usa pessoas para expressar esse cuidado. Ele pode até usar amigos, família e profissionais competentes nesse processo.
Entenda e perceba que não se trata de um cuidado que aconteceu um dia lá no passado de sua história, mas que continua acontecendo dia após dia. Ele se preocupou e continua se importando em nos auxiliar a retirar o lixo e jogar fora no lugar certo, nas mãos dele. Ele que nos criou e está ao nosso lado sempre para ajudar-nos a sermos cada dia mais parecidos com Cristo.
Que ele nos ajude a confiarmos somente nele para que essa “limpeza” seja realizada e vivamos melhor com ele e com os outros.