Desconstruindo uma Crença, Reconstruindo a Fé

Os últimos anos, muitas pessoas que foram criadas na igreja chamada “evangélica” têm repensado sobre suas crenças que, num passado próximo, eram inquestionáveis. Neste fenômeno divulgado na mídia, muitos abandonaram completamente a fé, enquanto outros migraram para outros ramos da igreja cristã. Temos visto o desinteresse, em especial da juventude, pelas coisas relacionadas a Deus e a religião; e, infelizmente, isso já há algum tempo. Há indícios de que a maioria se desligou da igreja pela hipocrisia latente dos cristãos e dos líderes religiosos, pelo ensino severo e legalista ou até pela debandada de muitos líderes na direção do liberalismo teológico; também, em muitos casos, pela união inadequada de segmentos do cristianismo com algum partido político ou ligados a uma cultura social tradicional.

Os estudiosos estão afirmando que estamos vivendo numa nova era, a Era Pós-Cristã, ou simplesmente chamada de pós cristianismo. Essa tendência é conhecida no meio filosófico e teológico com a “desconstrução da fé”, e aqui falo da fé cristã. O termo é perigoso, pois a fé que nos foi confiada pela Bíblia Sagrada não pode, e nem deve, ser desconstruída. Contudo, precisamos repensar em desconstruir, não a fé, mas crenças e crendices do meio evangélico – que nem sempre são fiéis às Sagradas Escrituras e aos valores cristãos genuínos. A fé é a fé inabalável e eterna, já as crenças ao redor de ideias e opiniões, são outra coisa.

A base, o alicerce, não pode ser removido, mas, com certeza, permita-me a analogia, a “arquitetura” mudou e precisa de uma revisão plástica. Sabemos que o conceito de belo e do prático muda com o avanço do tempo, com novas tecnologias, frutos das mudanças do tempo – coisas naturais neste pequeno planeta. Trocar as janelas antigas por novas é sempre um desafio custoso. Contudo, a desconstrução possibilita a reconstrução, e trás fortalecimento e melhorias para toda a estrutura. Então, a proposta é um ato contínuo de desconstrução e reconstrução – para o fortalecimento do nosso compromisso para com Jesus e para com o mundo. A “reconstrução” da fé sempre significa fortalecer a própria fé, para a vida no mundo em que nos encontramos, para sermos as testemunhas que o Senhor Jesus nos convocou a ser.

Isso significa desejar a pura verdade, nosso único alicerce, custe o que custar a mim e a igreja de Cristo. Devemos implorar a Deus para que ele nos dê uma visão clara, uma visão perfeita do Evangelho, para nos tornarmos pessoas completas e cheias do Espírito – assim a igreja será forte e ativa. E somente Deus pode fazer isso; e creio firmemente que Ele fará isso!

Estamos sendo chamados, especialmente nessa nova era, a olhar honestamente para o verdadeiro cristianismo – e mudar, se necessário, caso exista a possibilidade de falsos conceitos entranhados em nossas mentes e corações. Lembrar que a obra redentiva, já consumada de Cristo, é para as nossas vidas atuais. A verdadeira Espiritualidade é contemplar a graça de Cristo, no Evangelho vivo, por meio de um crescimento contínuo, de arrependimento e fé.

Então, devemos olhar, com critério, para as chamadas Narrativas Culturais – práticas “impostas” para a sociedade e para a igreja. Precisamos convocar os lares cristãos para que voltem a educar crianças cristãs – ensinar a criança no Caminho. Precisamos ter uma resiliência e resistência para enfrentarmos este tempo mal – reviver nossas experiências de fé no sofrimento e na injustiça. Devemos voltar nossa atenção e ação para o viver autêntico, na confiança em Deus e sua bendita Palavra – focando em Cristo e não em homens, ou em nós mesmos. Precisamos entender que há uma fé básica inabalável e aprender a discernir entre a fé verdadeira e crendices de pessoas ou instituições – nos posicionar em favor do retorno às Escrituras e à piedade. E lutar para viver dessa forma lá fora! Viver uma vida verdadeira, que se “desgasta”, se expondo à realidade da vida cotidiana, com fé, confiança e amor a Deus.

Creio que o Espírito de Deus está se movendo entre os crentes verdadeiros (ao mesmo tempo que o mundo está se movendo contrário, com suas táticas e pregações imorais). Eu quero fazer parte deste movimento divino na reconstrução da minha fé, pessoal e para a nossa Comunidade de Fé. Para isso, eu preciso intencionalmente desconstruir as minhas pretensas crenças e minhas religiosidades. Quero buscar a verdadeira fé em Jesus e em seu amoroso Evangelho. Quero mesmo!

Sei que o preço é caro, mas não me intimidarei. Eu vou continuar lutando para viver um cristianismo autêntico e relevante para a era que eu vivo. E gostaria que você também tivesse o mesmo sentimento. E que YAHWEH nos ajude! hoje

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