Iniciaremos nosso tema deste ano, “Cristo, o centro de nossa história”, com a apresentação de Jesus já no Proto Evangelho, ou seja, o fato de que a salvação em Cristo já estava presente na narrativa de Genesis, quando Deus disse que o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, se referindo ali a Cristo e sua salvação.
A pessoa e obra de Jesus são conhecidos e reconhecidos por todo o A.T., pois todas as palavras escritas na Bíblia Sagrada têm o objetivo único e claro de apresentar Jesus, o Salvador do mundo, e o plano eterno de Deus para redenção de toda a humanidade.
Já que vamos falar este ano de Cristo e sua centralidade para as nossas vidas, temos que começar a falar dele já no A.T. Começaremos pelos Salmos, com os chamados Salmos Messiânicos, e como isso influenciou muito os escritos do N.T., e como eles nos revelam um Cristo que conhece nossa alma e se identifica com nossos dilemas humanos.
O livro dos Salmos, como devemos trata-lo, é composto de 150 salmos divididos em 5 livros: Livro 1, do 1 ao 41; Livro 2, do 42 ao 72; Livro 3, do 73 ao 89; Livro 4, do 90 ao 106; e o Livro 5, do 107 ao 150. Os salmos foram escritos por vários autores, mas o rei Davi é o mais conhecido deles. Eles manifestam de forma clara e distinta as emoções e os sentimentos humanos, dando-nos a “autorização legal” de sentir as mesmas coisas que os salmistas nos deixaram como Palavra de Deus. Há salmos de alegria e júbilo, mas há também os de lamento e dor; há salmos para a congregação, e há aqueles que são pessoais; há orações lindas de esperança e fé, e há outras que manifestam o sentimento de desorientação e solidão; há uns que traduzem a gratidão de nossas almas, e outros que revelam a nossa alma perdida e carente de Deus. Enfim, os salmos representam a nossa vida e nossos dilemas, e eles são de extrema importância para compreendermos Deus, sua aliança conosco, e seus planos eternos para com a humanidade. Além disso, a presença de Jesus neles nos dá alento e esperança.
Neles há indícios muito fortes da profecia sobre a vinda do Salvador ao mundo, que veio a acontecer mais de 1.000 anos depois. Uma certeza todos temos de que Jesus sempre esteve presente nos salmos, mesmo que de forma inconsciente para seus autores. O evangelista São Lucas (24.44) relata as palavras de Jesus que disse: “São estas as palavras que eu vos falei quando ainda estava convosco, que era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei e Moisés, nos profetas e nos Salmos”. Jesus é de fato o Messias prometido de Deus que tanto os salmos cantaram!
Muitos salmos, como dissemos, contém algum material messiânico, e muitos deles foram citados por Jesus e por Paulo nos escritos do N.T., e não há como não admirar a beleza e harmonia da Palavra de Deus falando sobre a vinda de Jesus, o Cristo, o Messias; e isso por toda a Escritura Sagrada. Quando “enxergamos” Jesus nos salmos, entendemos seu ministério de ser o nosso Sumo Sacerdote, que se identifica conosco de verdade, como nos relata Hebreus 4.14-16. Nesse texto, o autor sagrado nos desafia a ter um relacionamento transparente e honesto com Jesus, colocando em suas mãos nossas dores e dilemas, sabedores que certamente receberemos dele misericórdia e graça para nosso socorro em momentos de necessidade. Isso somente é possível pela sua identificação com nossas fraquezas e debilidade, pois o mesmo texto nos afirma que ele passou por tudo que nós também passamos. Que mensagem maravilhosa!
Portanto, meus queridos, podemos nos achegar a Jesus com confiança de que ele nos compreende e entende, e os salmos são a prova mais prática de que podemos expressar o que realmente somos e sentimos, na certeza de que seremos acolhidos por sua graça e bondade. Louvado seja Deus!
Rev. Robson Gomes