Qualquer filme, livro ou documento (moderno ou antigo) que retrate bem (ainda que de maneira exagerada ou hollywoodiana) a missão de um astronauta, não falhará em descrever que este indivíduo deve ser alguém muito bem preparado e treinado para toda e qualquer situação, sejam perigos ou problemas que o impeçam de completar sua missão. Mesmo com todo o preparo, este astronauta sabe que seu conhecimento adquirido e toda sua história de estudo e dedicação não são ou serão suficientes para que sozinho ele complete sua missão, aliás se ele começar a medir sua participação desde o plano à construção do foguete e seu ônibus espacial ao plano de voo e cálculos de trajetória, programação de computadores de bordo, instrumentos de navegação, checagem e orientação, máquinas, aparelhos e robôs, ferramentas especiais e roupas, este astronauta vai perceber que a parte que lhe cabe em ação é bem pequena. Se ele parar e pensar um pouco mais vai perceber que em sua missão espacial a confiança completa e plena nos profissionais que estarão em terra deverá ser total e completa e antes mesmo de partir saberá que sua vida estará nas mãos de outras pessoas. Antes mesmo da decolagem cada botão pressionado cada ação e percepção devem ser confirmadas com a base também conhecida como controle da missão, ou seja, dar a sua vida em confiança para uma missão que não foi criada e nem desenvolvida por você. Esta é a vida de um astronauta!
Legal esta reflexão, mas o que isto tem a ver conosco?
Em Atos 8.26-40 vemos Filipe o discípulo de Jesus receber de um anjo do Senhor a ordem de ir para o sul, para a estrada deserta que desce de Jerusalém a Gaza e no caminho ele encontrou um eunuco etíope que era o encarregado dos tesouros de Candace, rainha dos etíopes. O eunuco estava em uma carruagem (v.28), muito provavelmente acompanhado de uma comitiva, já que se tratava de oficial importante da rainha e é aqui que começam as semelhanças entre Filipe e um astronauta. Assim como o astronauta Filipe foi comissionado a uma missão que ele mesmo não planejou, escolheu ou desenvolveu; ele recebeu ordem do anjo que não explicou muita coisa e obedeceu mesmo sabendo do perigo eminente por se tratar de estrada deserta e com prováveis perigos. Sem saber o que aconteceria encontra no caminho uma comitiva oficial de um país estrangeiro e então recebe uma nova instrução diretamente do controle da missão: “Aproxime-se desta carruagem e acompanhe-a”(v.29). O perigo que lhe era eminente fica ainda maior! Imagine um homem sozinho se aproximando e acompanhando uma carruagem oficial e sua comitiva em uma estrada perigosa…imagine o perigo de ser interceptado ou até morto em sua ação!
Como assim? Este é o mesmo discípulo nascido em Betsaida (João 1.44) e que disse a Jesus “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.”(João 14.8)? Este é o mesmo Filipe que não sabia quem era Jesus quando disse isso?
Aqui é que começamos a perceber o que isto tem a ver com a gente. Somos ainda como o Filipe de João 14.8 e não entendemos que o controle da missão é o único que pode nos guiar em nossa missão de viver. Ainda lutamos desesperadamente pelo controle total e absoluto de cada minúsculo detalhe em nossas vidas. Lutamos para obter o controle de coisas que não entendemos, coisas pelas quais não estamos e nem estaremos preparados para controlar. Não é assim? Erramos e metemos os pés pelas mãos por agir desta forma o tempo todo. Achamos que sabemos de tudo, inclusive batemos no peito para dizer “eu sei o que é melhor para mim”! Assim como Filipe, nós e os astronautas só cumpriremos a missão a qual fomos confiados se colocarmos inteira e integralmente nossas vidas no Controle da Missão. É Deus nosso Pai o dono desta missão que nos escolhe como seus astronautas preparados para obedecer confiando cega e piamente, até que cumpramos N´Ele nossa missão de viver pelo design do Criador, dentro de Seu plano perfeito até que a Missão de Deus se cumpra em nós!
Nossa missão? Seguir a missão de Cristo em confiança plena todos os dias!