Em 1989 foi lançado o filme “Sociedade dos poetas mortos”, estrelado pelo ator Robin Williams. A estória se passava em uma conservadora escola preparatória para jovens, a Academia Welton. O drama tratava da influência do professor de literatura Keating (Robin Williams) que ensinava a seus alunos a importância de aproveitarem a vida, a qualquer preço, pois no futuro seriam apenas mais um retrato na parede, sem estórias e realizações para serem contadas. Os resultados desta nova cosmovisão (Carpe Diem) são inesperados e dramáticos.
Neste mês comemoramos o aniversário de nosso querido pastor Robinho, já são “algumas décadas” de vida!!! Quando celebramos aniversários não é raro fazermos um balanço de nossas vidas…. temos aproveitado nossos dias? A tese do filme acima citado é: Aproveite o dia (Carpe Diem); mas como temos aproveitado nossos dias?
O Salmo 90:12 traz um pedido maravilhoso: “Senhor, ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. Como temos contado nossos dias? Em que temos investido nosso tempo e nossas forças? Temos vivido para que e para quem? Temos alcançado um coração sábio?
Paulo disse em sua carta aos Filipenses (1:21) que seu viver era Cristo, e se fosse preciso morrer, isto seria lucro. Temos, realmente, vivido para Cristo? Muitos de nós entramos na “roda viva” de trabalhar para pagar as contas, vivemos praticamente no “automático” sem nos lembrarmos de que temos um propósito muito maior na vida: “proclamar as virtudes d’Aquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9).
Não sou, a princípio, contrário à ideia do Carpe Diem… desde que possamos completar a frase. Entendo que para nós, que seguimos a Cristo, o princípio orientador poderia ser: Carpe Diem… pro Aeternitatem! Aproveite o dia…a favor da eternidade!! Use todas as situações de sua vida para proclamar o amor de Deus, aproveite as oportunidades. Na maioria das vezes nos esquecemos de que temos este propósito na vida, sermos pregadores do evangelho, fazedores de discípulos. Com o passar da caminhada cristã perdemos o “primeiro amor” e caímos na zona de conforto.
Quais marcas deixamos nas pessoas com as quais convivemos? Temos aproveitado todas as oportunidades para falarmos do amor de Cristo e o demonstrarmos? Se não, temos que começar agora. Está na mídia um comercial no qual o filho vai pegar o pai no Aeroporto e no trajeto o pai vai fazendo uma mea culpa por não ter se gastado tanto tempo com seu filho, quando era criança. No final o filho diz que ainda dava tempo pois agora ele seria avô e poderia “compensar” a ausência se dedicando ao neto. Lindo par um comercial de carro, mas na vida espiritual não é assim; não teremos “segundas chances”… temos que aproveitar as oportunidades que se nos apresentam e falar do amor de Jesus (Cl 4: 5 “aproveitem ao máximo todas as oportunidades”).
O missionário Jim Elliot, morto ao tentar evangelizar os índios Aucas no Equador em 1956, dizia: “Não é tolo, aquele que dá o que não pode reter, para ganhar o que não pode perder”. Ele, seus amigos missionários (também mortos pelos Aucas), sua esposa Elisabeth (que voltou para completar o trabalho missionário após a morte do marido) são exemplos marcantes de cristãos que experimentaram o Carpe diem pro aeternitatem. Enquanto viveram, investiram seu tempo e seus esforços para levar a vida eterna a todas as pessoas.
Carpe Diem meus queridos irmãos e irmãs, Carpe diem pro aeternitatem!!
Rev. Cassio Miranda
Pastor da Igreja Biblica da Pampulha