Os Dons Espirituais são instrumentos de Deus para glorificar a Cristo, e que estão ativos e disponíveis hoje para a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Eles são para a edificação dos santos e para o serviço da Causa. Por isso, cremos na contemporaneidade deles e na ação sobrenatural de Deus em distribui-los através do seu Espírito, da maneira como lhe convém, pois é soberano e todo poderoso. O Espírito distribui cada um deles a cada um de nós para edificação do Corpo, da Igreja, e não há cristão sem dom. Devemos exercê-los para servir os outros, “administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas.” (1 Pedro 4.10).
Especialmente durante a Santa Ceia, os dons ficam ainda mais em evidência, pela exortação do apóstolo Paulo, para um autoexame e para que façamos o exercício de discernir o corpo de Cristo. Devemos examinar a nós mesmos e relembrar uns aos outros que a Ceia aponta para um corpo que harmoniosamente funciona bem. Cada parte depende da outra – somos membros dependentes uns dos outros, como preguei na semana passada. Cada um deve exercer suas funções no serviço do todo. Assim é que funciona uma igreja saudável. Aqui está o segredo de tomar a ceia de maneira correta.
Portanto, “discernir o corpo”, como ordena Cristo, nada mais é do que entender nosso papel nele, conhecer nossos dons e talentos e fazê-los funcionar para o bem geral do organismo como um todo. Cada parte cumprindo seu papel e assim o corpo funcionando sem “doença” ou anomalia. Cada um exercendo suas funções com alegria e desprendimento, cooperando para o bem-estar geral de toda a família de Deus.
O foco deste fim de semana é a Eucaristia. Devemos nos lembrar de que quando examinamos a nós mesmos, em sã consciência, chegaremos, todos nós, sem exceção, ao mesmo veredito: culpados! Não há um bom, nem um sequer, pois todos somos pecadores e necessitados da graça e do amor divinos. Não devemos pensar que temos condição de, por nós mesmos, participarmos da Santa Ceia. É graça e graça somente.
Por isso, o examinarmos a nós mesmos antes da Ceia não é uma ação para ver se há pecado em nós, mas de constatar nossa incompetência de nos achegar à mesa do Senhor. Muita gente pensa que tem que estar “sem pecado” ou bom bastante para poder tomar parte da Santa Ceia. Ledo engano! Ninguém pode! É graça! Somos, e seremos pecadores imperfeitos até o último dia.
Isso, entretanto, não nos dá o direito de permanecermos em nossos pecados. De jeito nenhum! Precisamos ser ainda melhores amanhã do que fomos hoje. O buscar a santidade é uma resposta positiva à tamanha graça e tamanho amor.
Jesus quer cear com aqueles que compreendem seus papeis no Corpo, seus dons e talentos, e que os colocam em prática para o benefício de um organismo maior. Somos chamados ao serviço da Causa de Cristo, e isso deve permear nossas mentes e corações, não somente diante da Santa Ceia, mas em todo o tempo. É também um momento de avaliar se realmente fazemos parte de um corpo vivo, se realmente tivemos uma experiência pessoal com o Senhor Jesus.
Então, o participar da mesa e o se achegar a Deus é uma prerrogativa exclusiva da bondade, misericórdia e graça do Pai. É um convite. Somente convidados participam. Não há ingressos para serem comprados; não há bens, dinheiro ou riquezas que podem comprar o participar deste banquete espiritual, desta festa com Jesus. É por ele, e somente por ele, que podemos nos achegar com ousadia e adentrar na presença do Altíssimo, e comer com ele. Quando comemos dos elementos da mesa, dizemos para todo principado e potestade que é somente por Jesus. Isso é muito lindo e libertador! Posso jantar com meu amigo e irmão mais velho, Jesus, a despeito de minha condição de pecador.
Minha prece é para que o doador dos dons, atuando com liberdade em nosso meio, venha nos presentear com todos eles, como plenitude deles, para que sirvamos uns aos outros com alegria e edifiquemos a Igreja de Jesus, cumprindo cada qual o seu papel. Que seja assim!