Abraão e Sara, um Chamamento de Fé

Essa é uma das histórias da Bíblia que precisam ser lidas com certo critério. Há nelas alguns episódios que não compreenderemos na sua totalidade pela complexidade deles. São ações e atitudes que somente encontrarão respostas claras se compreendêssemos completamente o contexto sociocultural de quando elas ocorreram. A despeito desta realidade e dificuldade, as histórias que envolvem a vida do casal patriarca certamente serão fontes de bênçãos para nós no tempo de hoje, pela conduta de obediência, fé e coragem deles.

Abraão e Sara, quando saíram de Ur dos Caldeus, já estavam casados. Abraão tinha 75 anos e Sara com 65 anos. O casamento só acabou com a morte de Sara, aos 127 anos (Gênesis 23.1), 62 anos depois da saída de Ur, 51 anos depois do nascimento de Ismael e 37 anos depois do nascimento de Isaque. Pode se dizer que foram exemplos de fé e coragem para todas as gerações por tudo que enfrentaram juntos, especialmente exemplo de relacionamento matrimonial duradouro.

Interessante o bastante é que Abraão e Sara são o mais famoso casal ancestral das três mais importantes religiões do mundo – dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos. Ele é o pai da fé das três religiões monoteístas do planeta. Incrível!

Para nós, cristãos, Abraão é chamado de “pai de todos os que têm fé”, conforme Romanos 4.11. Sua esposa Sara também tinha essa mesma qualidade, dito em Hebreus 11.11-12. O patriarca Abraão e sua esposa foram, de acordo com a Bíblia, exemplos de fé para toda a humanidade. Passaram por provas que suportaram com confiança, apesar de toda a falibilidade deles, fragilidade essa bem transparente na narrativa bíblica.

Abraão e Sara revelaram sua obediência, fé e coragem quando Deus ordenou que eles abandonassem seu lar e o conforto de uma vida bem estabelecida e próspera na cidade de Ur. Yahweh disse: “Sai da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei.” (Gênesis 12.1). O fiel patriarca obedeceu. A bíblia nos fala que: “Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu, saindo para um lugar que estava destinado a receber em herança; e ele saiu, embora não soubesse para onde ia.” (Hebreus 11.8).

Considere o que essa mudança significava: Abraão morava numa próspera metrópole mesopotâmica que fazia transações comerciais com terras ao longo do Golfo Pérsico e provavelmente do Vale do Rio Indo (Paquistão e Índia). Ele tinha vários servos e muita riqueza, e era uma família bem-sucedida. Se Abraão e Sara abandonaram esse tipo de estilo de vida com a perspectiva de morar em tendas, com certeza fizeram grandes sacrifícios para obedecer a Deus. Abandonar a segurança duma casa agradável, mudar-se para uma terra estranha e potencialmente hostil, bem como aceitar um estilo de vida no mínimo diferente, foi uma decisão corajosa, isso porque Sara e Abraão confiavam somente em Yahweh e em suas ricas e preciosas promessas – suas riquezas terrenas e segurança humana não importavam, mas sim o obedecer o mando divino.

Nem Sara nem Abraão lamentaram da sua decisão. Eles tiveram fé nas promessas do Deus que provê todas as coisas. Foi uma decisão muito arriscada, que deu certo porque confiavam plenamente no Deus que os chamou e os comissionou. No texto de Hebreus 11.15 diz: “Se deveras se tivessem lembrado do lugar de que tinham saído, teriam tido a oportunidade de voltar”. Mas não voltaram! Antes, acreditaram nas promessas benditas do Senhor de toda a terra, e lograram êxito, pois sabiam que Yahweh é o Deus que “se torna o galardoador de todos os que seriamente o buscam” (Hebreus 11.6).

Hoje, se nos esforçarmos a imitar a fé que Abraão e Sara tiveram, podemos gozar de uma mesma preciosa intimidade com Deus e também sermos agraciados pelas preciosas promessas que o Eterno fez a Abraão e sua descendência (Gênesis 17.7), e nós somos sua descendência por causa de Jesus. Cabe-nos, portanto, obedecer e confiar, como fizeram Sara e Abraão, e seguir adiante em nossa jornada, com fé e confiança, pois em Deus tudo é possível!

Portanto, mãos a obra e nos esforcemos por seguir os preceitos do Evangelho, para que, ao final de nossa caminhada aqui neste planeta, sermos também chamados de amigos de Deus, como foi o servo Abraão.

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