O cenário era de silêncio, desolação, desesperança. Enquanto uns tentavam voltar à sua rotina, outros estavam na Galileia reunidos, talvez pensando no que fazer. As mulheres caminhavam até o sepulcro para embalsamarem Jesus. Pensavam em quem iria arrastar para elas a pedra que fechava o sepulcro, para que elas pudessem entrar. E parecia que a vida se acomodaria de volta ao que era antes de Jesus ter aparecido para elas. Os mesmos problemas, as mesmas lutas, um dia de cada vez.
Quantas vezes estamos caminhando desesperançosos pensando nos empecilhos do dia a dia, nos incomodando com as leves e momentâneas tribulações dessa vida passageira, quando na verdade algo grandioso e libertador já aconteceu? Pois foi assim com aquelas mulheres. Chegaram no sepulcro e ele já estava aberto, mas não era só isso. Elas foram recebidas por um anjo que, antes de tudo, lhes disse que não tivessem medo. Não se tratava de furto ou vandalismo, era mesmo a anunciada, mas incompreendida ressurreição de Jesus. Sim, ele venceu a morte e não estava mais ali.
Os evangelhos narram este episódio de diferentes maneiras. Um, de forma mais apoteótica, um outro, de forma mais objetiva. Mas todos eles fazem questão de descrever o elemento medo, que, para os que creram em Jesus, se transformara em temor, mas para os guardas romanos, um pavor paralisante. E era de fato uma cena inimaginável. E Jesus foi aparecendo a cada um deles, provocando adoração e intimidade como no episódio de Maria, ou ardendo o coração de quem ouvia, como com os discípulos no caminho de Emaús, em outra ocasião transpassando a porta trancada e saudando a todos em meio a uma reunião ou até mesmo servindo o café da manhã na praia. Deus ali estava revelado no corpo agora glorificado de Jesus, escrevendo o início da história da sua igreja, à qual hoje eu e você somos parte e responsáveis por continuar esta missão.
A ressurreição de Jesus nos reafirma a esperança, não de algo que pode acontecer, mas de algo que certamente acontecerá. Ele prometeu que voltará, e tão certo como ele prometeu e ressuscitou, nós podemos viver como cidadãos de um Reino eterno. Esta certeza deve causar em nós um estilo de vida que não está focado em pequenos problemas, como quem vai remover a pedra do sepulcro, que pode ser uma enfermidade, um relacionamento, ou uma obrigação financeira pendente.
Sejamos cidadãos dos céus vivendo em um mundo transitório. Olhemos para o alto e busquemos mais irmãos para caminhar conosco nesta jornada de uma esperança certa e de significado para nossas vidas. Assim a ressurreição de Jesus terá real significado na sua história e na da Sua igreja gloriosa.