A Presença do Mal no Paraíso

Neste domingo daremos sequência em desenvolver o tema de nossa igreja para o ano de 2.020. Estamos estudando o livro de Gênesis, e neste mês de junho terminaremos os 3 primeiros capítulos: da criação até a entrada do pecado no mundo e suas consequências. Ainda temos muito que caminhar pelo livro, mas eu tenho ficado muito feliz com o resultado dos sermões pregados até agora. Hoje iremos tratar da presença do mal no paraíso de Deus e qual a influência do mal na decisão trágica do primeiro casal e como isso afeta a gente aqui do Século XXI.

Lembremos que o final feliz do capítulo 2 de Gênesis dá início a grande tragédia que o capítulo 3 apresenta. A queda dos nossos primeiros pais altera drasticamente todas as relações, e mais ainda, altera drasticamente toda a estrutura da criação divina. Nesta altura da narrativa bíblica, a serpente entra em cena e ilude e engana, e o Varão e a Varoa tomam uma má decisão, e infelizmente o pecado entra para nossa história. Após o pecado ter sido consumado pelo primeiro casal, foram-lhes abertos os olhos e perceberam que estavam nus. Que triste constatação!

A decisão de comer do fruto proibido, à primeira vista, pode parecer exclusiva da varoa, que responde autonomamente aos questionamentos da serpente. Mas, uma análise um pouco mais aprofundada nos fará ver com toda a clareza que os dois – os dois – tomam a decisão de comer o fruto; e somente aí o pecado entra para a história da humanidade.

Devemos relembrar que a fêmea havia sido criada com a mesma autonomia que o macho – ambos criados à imagem de Deus. Se ela não tivesse autonomia e uma capacidade decisória livre, nunca teria ouvido a Serpente, nunca comeria do fruto, e nunca tomaria à frente nas decisões do casal. O Varão confiava no juízo dela e na competência dela em gerenciar e tomar decisões, tanto é que ela toma do fruto e dá a ele, que estava com ela, e ele come.

Interessante o bastante é a atitude do Deus onisciente, onipotente e onipresente, após o pecado, quando chama o casal pelo nome e pergunta onde estão. Deus os chama… Deus os chama pelo nome. Deus espera que respondam e saiam de seus “esconderijos”, nus como um dia estiveram. Mas a recusa de responder de pronto, e a demora em se apresentarem diante de Deus, revela que tudo está de fato mudado. A alegria e paz daquela nudez inocente, agora dá lugar ao medo e ao desespero, e se escondem por entre as árvores do Jardim.

Deus insiste em chamar… essa é sua forma amorosa de dar oportunidade para que a nudez seja reestabelecida. Ele pergunta claro e diretamente se eles haviam comido do fruto da árvore que ele havia proibido que comessem. A única e esperada resposta, dentro do ambiente de autenticidade e repleto de amor, de amor perdoador, é um baita “SIM, eu comi”. Era somente isso que Deus esperava que eles respondessem, um sim, e mais nada.

A pergunta do gracioso Criador é mais uma tentativa de reatar relações fraternas, autênticas, genuínas, íntimas com o objeto de seu amor – aquele casal que ele havia criado. Era a forma de levá-los a refletir que erraram, e que mesmo no erro, quando há autenticidade, transparência e arrependimento, há reparo e consequentemente perdão.

É dessa mesma forma que ele nos chama hoje. Nós que vivemos ainda sob a influência do mal e do pecado, das serpentes que andam perambulando por nossos caminhos. Deus quer que respondamos com arrependimento e fé, para que nossas histórias possam ser transformadas por sua infinita graça e sua severa e implacável misericórdia.

Minha prece é para que Deus nos ajude a compreender estas verdades e que possamos buscar, de todo o nosso coração, relacionarmos uns com os outros, conosco mesmo, com a criação e com o Criador, de maneira intensa, autêntica, inteira e visceral, para a glória de Deus e alegria nossa. Que aprendamos que o melhor caminho de volta é pela confissão e o arrependimento, e que não cabe desculpas, sejam elas quaisquer que sejam. E que seja assim, pra você e para mim, e eu digo amém!

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