Dietrich Bonhoeffer foi o teólogo que fundou esse termo teológico “graça barata”, que é a graça que se opõe à Graça de Cristo o que ele chama de “graça preciosa” ou “graça que custa muito”. Bonhoeffer acredita que a “graça barata” deve ser combatida e com isso ele se opõe ao liberalismo religioso e escreve o seu livro “Discipulado” cunhando o termo em questão. Ele se coloca em oposição à constituição de pensamento e ensinamento da Alemanha nazista e foi preso e enforcado pelo regime nazista. Quando falamos de termos teológicos e de teólogos e seus estudos, boa parte da nossa cultura social moderna e até alguns de nós temos a tendencia de nos entediar já no título e de taxar esses ensinamentos teológicos como chatos, enfadonhos e destinados apenas à professores da matéria e nerds especialistas. Mas, se pensamos assim precisamos revisar urgentemente nossos conceitos, porque entender o que os teólogos (Bonhoeffer neste caso) querem dizer, é dar valor ao que Deus tem para nos falar através da vida dos outros e isso é muito importante. Nosso cristianismo hoje é muito parecido com um cristianismo clientelista que imperava na sociedade pré 2ª guerra mundial e por isso revisitar o tema da Graça de Cristo se tornou muito relevante para aquele tempo, assim como é hoje para nós. O pastor Ed Renê Kivitz ao se referir à graça preciosa de Bonhoeffer e o pensamento da igreja atual diz “…Fé é a nossa capacidade de mover a mão de DEUS a nosso favor” se referindo à graça barata, mas no conceito opositor do Bonhoeffer que se parece com o conceito de Paulo escrevendo aos Gálatas e também com o conceito de Tiago o escritor bíblico “…a fé é uma resposta a um chamado de Cristo, que faz com que a NOSSA mão se mova.” em direção ao outro. Bonhoeffer diz que “A graça que custa muito é um tesouro escondido no campo pelo qual as pessoas vão e vendem tudo o que têm com alegria (Mateus 13.44) […] A graça que custa muito é o evangelho que deve ser buscado repetidas vezes, o dom que deve ser pedido, a porta na qual se deve bater. Ela custa muito porque nos chama ao discipulado; é graça, porque nos chama a seguir a Jesus Cristo. Custa muito porque custa a vida das pessoas; é graça, porque, em consequência, faz as pessoas viverem. Custa muito, porque condena o pecado; é graça, porque justifica o pecador. Sobretudo, a graça custa muito, porque custou muito para Deus, porque custa para Deus a vida de seu Filho […] e porque nada que custe muito para Deus pode custar pouco para nós.”. “Graça barata”, continua Bonhoeffer, “é graça sem discipulado, graça sem a cruz, graça sem Jesus Cristo vivo e encarnado”. É graça sem o constante reconhecimento e esperança da vida, da morte e da ressurreição de Jesus Cristo. É “graça sem a cruz”. Alguns teólogos hoje dizem que o termo pode ser atualizado por “graça libertina” onde o entendimento de que o discípulo é aquele que tem suas vontades atendidas por Deus, que se move em direção a nós, como se de alguma maneira nós nos identificássemos mais com o Cristo ressurreto e triunfante do que com o Cristo que serviu a todos e se deu a morrer na cruz em nosso favor. O fato é de que se entendemos a Graça de Cristo em nossa vida, devemos nos mover em amor (Gálatas 5.13-15) ao serviço de todos. Devemos nos perguntar quando foi a última vez em que renunciamos a algo que queríamos fazer em favor de servir ao outro em amor e devemos nos perguntar também, qual foi a última vez que fizemos algo que não queríamos fazer em serviço aos outros. Porque o chamado de Cristo não é outro a não ser “…negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me” (Lucas 9.23) e esse chamado é o de se entregar em favor do outro e em amor ao que cruza nosso caminho, seja este “outro” quem for, assim como o mestre Jesus fez e nos ensinou. Dietrich Bonhoeffer saiu de seu conforto em Londres (Inglaterra) e foi para a Alemanha porque entendia que não poderia ser um discípulo que entendia a Graça de Cristo e abandonar o seu povo em perseguição nazista. O preço pago por ele, foi a morte. Qual é o valor da Graça de Cristo para nós hoje? Que Deus nos dê coragem e capacidade de sermos agentes de sua Graça em nossas vidas!
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