O tema “Perdão” é um dos mais discorridos no meio cristão e é, de fato, um dos assuntos mais importantes da Bíblia. Na Oração Dominical, por exemplo, Jesus nos conclama a receber perdão à medida que perdoamos (Mateus 6.12). Esse ensino é exemplificado pela parábola conhecida como a do “Credor Incompassivo”, narrada em Mateus 18.23-35, texto de nossa reflexão. Aqui ele nos leva a pensar que, se realmente ansiamos e desejamos tanto ser perdoados, devemos também saber perdoar. Para ser mais direto, o que Jesus está dizendo é que se alguém deseja receber perdão, esse alguém primeiro deve aprender a perdoar.
O tema central desta parábola é o servo que não sabe perdoar, que recebe perdão por dívida muito mais alta, impagável, mas resiste em perdoar seu credor em quantia insignificante. A questão aqui é mais séria do que se pensa. Não é que Deus não está desejoso de perdoar, o problema é que há uma impossibilidade de perdoar quem não tem um espírito perdoador, pois a recusa de perdoar envenena todo o amor que alguém possa ter dentro de si. É extremamente prejudicial e maléfico. Destrói a nós mesmos e os outros. Uma vida cheia de mágoa, de ira, de revanchismo e animosidade, não deixa espaço para o grande amor de Deus; como um câncer, ela “toma conta” de tudo na vida de alguém, e o mata.
A parábola de Jesus termina com o servo mal na cadeia. Que pena! Deveria ter terminado bem feliz com o perdão mútuo. A alegria muito grande daquele que foi perdoado de tamanha dívida, pois saiu da morte para vida, deveria ter conduzido a história para um fim abençoado e de paz. Mas, infelizmente, não foi o que aconteceu.
Ao contrário do final da parábola que Jesus contou, precisamos mudar o final das nossas próprias histórias. Não podemos deixar que deslizes de nossa parte venham a trazer transtornos e finais tristes para nossas próprias vidas. Fomos perdoados por tão grande dívida, que o preço seria a morte, a nossa própria morte, e isso certamente é uma dívida impagável. E quantas vezes estamos vivendo por aí cobrando “mixaria” do nosso próximo, daqueles que estão na mesma situação que nós mesmos. Misericórdia, Senhor!
Que verdadeiramente aprendamos o amor, a misericórdia, a graça e o perdão com o Mestre Jesus, e possamos viver vida abundante e feliz, vivendo em paz e com alegria em todas as coisas, perdoando uns aos outros e crescendo em tudo, tendo Cristo Jesus como nosso modelo. Amém.