Deus chamou Abraão e Sara e lhes havia prometido uma descendência enorme como as estrelas do céu.
Apesar das promessas de Deus para o casal de que teriam uma descendência enorme, Sara continuou estéril e já estava idosa. Sara, de 75 anos de idade, perdeu a esperança de conceber. Apesar da aparente impossibilidade, seria ela quem daria à luz ao herdeiro, como Deus havia prometido (Gênesis 17.15-16).
Deus visitou Sara, que no devido tempo deu à luz a Isaque que se tornou o herdeiro de Abraão há muito aguardado (Gênesis 21.12). Esperaram em Deus, e Deus os abençoou como havia dito. Não no tempo humano, ou na urgência de nossas condutas, mas no tempo preciso e certo para que a Palavra de Deus se cumprisse cabalmente. Deus não permitiu que as vãs e tolas escolhas daquele casal alterassem seu plano perfeito e soberano; é assim também conosco, pois nem as nossas vãs e tolas escolhas podem mudar quem ele é e seu plano eterno para a humanidade.
O texto acima nos conta a experiência de Abraão em decidir sacrificar seu filho único, o herdeiro da promessa, em obediência à ordem divina. O verso 3 diz que Abraão levantou-se de madrugada e ele próprio preparou as coisas para a viagem da entrega de seu filho, uma jornada de uns 80 Km. Um homem marcado pela dura caminhada da fé, coragem e obediência.
No caminho para o holocausto, eles, Isaque e Abrão, levavam a lenha, o fogo, e o cutelo, mas não havia cordeiro para o sacrifício. Isaque então faz a indagação muito apropriada, narrada em Gênesis 22.7: “Onde está o cordeiro para ser imolado?” Abraão responde com a celebre frase de fé e confiança de um homem obediente: Deus proverá! (Yahweh Yereh!). Parece claro que Isaque começa a compreender que ele seria o sacrifício. E mesmo entendendo o amor de Abraão e amando a vida como qualquer um de nós, ele confia no Deus que tudo provê. Agindo assim ele se dispõe a fazer parte da história, coatuando com seu pai na construção da fé em Deus. E Deus realmente proveu um cordeiro para aquele holocausto; milagre que está registrado nas Escrituras.
O mais lindo, entretanto, é que João Batista, no Novo Testamento, é quem responde com extrema propriedade a pergunta feita por Isaque, quase 2.000 anos depois, quando diz sobre Jesus Cristo: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1.29). Deus proveu o cordeiro para Abraão e Sara, Isaque e Raquel, Jacó e Rebeca, e para cada um de nós; Cristo se fez nosso cordeiro pascal, e se entregou livremente por cada um de nós.
No caso de Abraão e de sua grande fé, um cordeiro é dado por um filho. Para Deus foi o contrário – um filho por um cordeiro. Deus não poupou o Seu próprio filho, antes o entregou em nosso lugar por amor a nós pecadores (Romanos 8.32). A mesma mão que segura o cutelo da mão de Abraão, evitando assim a morte de um inocente, é a mão que desce o cutelo sobre o seu próprio filho, o inocente. No mesmo monte, a mesma oferta eterna de provisão para toda a humanidade, pois o Monte Moriá, onde Jerusalém foi construída, foi também o palco para a maior demonstração do amor de Deus para com todos – a cruz bendita!
Devemos nos alegrar, pois nosso Deus é por certo o Yahweh Yereh, o Deus que tudo provê. Devemos viver assim em obediência e fé, crendo que em tudo ele está dirigindo nossa frágil existência, como sempre fez e fará.