Muitos cristãos por ai têm uma “super” preocupação pelo que as pessoas vão pensar ou falar deles (além de falar dos outros sem necessidade). A maneira como eles são vistos pelas pessoas que os cercam é de “fundamental” importância para eles, mais importante até do que a autenticidade de uma vida vivida na transparência do Espírito Santo. Esta característica negativa de alguns cristãos tem levado muita gente, que precisa de Jesus a se esquivar de um encontro com o Criador, por não identificarem neste tipo de gente um verdadeiro cristão que vive o verdadeiro e autêntico cristianismo.
Em primeiro lugar gostaria de compartilhar o que não é um verdadeiro cristianismo, ou seja, aquele que se caracteriza por um zelo com as coisas de “aparência” sem, contudo produzir efeitos de santidade no caráter da pessoa. É importante observar que ter simplesmente zelo para com as coisas da religião necessariamente não se traduz por santidade ou espiritualidade Muitas vezes o zelo é um comportamento meramente externo, ritualista, que tem como objetivo criar uma falsa imagem do que vem a ser um “cristão”, ou seja, exteriorizam uma imagem daquilo que as pessoas idealizam ser um crente em Jesus, que nem sempre coaduna com os ensinos do Mestre, que sempre combateu a religiosidade sem verdade.
De acordo com o apostolo Paulo escrevendo aos Colossenses, estes comportamentos tem somente aparência de sabedoria, mas “no fundo” não produzem a justiça de Deus em nós. Ele nos chama à atenção de que “o culto de si mesmo, e falsa humildade, e rigor ascético” (Colossenses 2.23) são características deste tipo de comportamento morto, sem vida. Elas não produzem mudança genuína na vida do crente, e por isso não tem valor no combate contra o pecado, conseqüentemente não produzem santidade. O que precisa ficar claro é que todas as leis e normas são meros instrumentos reguladores, mas nunca transformadores. Somente uma experiência pessoal com o Senhor Jesus pode produzir verdadeira transformação na vida de uma pessoa.
Com base neste argumento passo a refletir sobre o caráter da pessoa que tem zelo que produz uma vida cristã autêntica. Esta pessoa não está preocupada em manter padrões externos de asceticismo, ou legalismo, contudo, é importante observar que a vida deste tipo de crente, produzida por verdadeiro zelo moral e espiritual advindos de uma convivência com o Mestre, reflete santidade e verdade na prática. Não há por parte deste indivíduo uma preocupação em estabelecer um padrão de justiça própria, que seja este padrão uma lei, ou mesmo “enlatados” de comportamento cristão. As receitas de “faça isto” ou “faça aquilo” para ser um “bom cristão” dão lugar à justiça de Deus, que é a própria vida de Cristo em nós. Ao contrário das pessoas que tentam viver suas vidas cristãs “procurando estabelecer a sua própria justiça” (Romanos 10.3) ou sua própria justificação, os verdadeiros crentes zelosos confiam inteiramente na pessoa de Cristo, sua graça infinita, e sua obra redentiva por amor a nós, para que suas vidas sejam verdadeiramente transformadas, santas e santificadas no convívio com ele. Como está escrito em Romanos capitulo 10, verso 4, “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê”.
Que sejamos cristãos zelosos, mas de coração; sejamos aqueles que buscam a santidade e a justiça de Deus, vivemos em piedade, e deixando o Espírito Santo produzir vida interna e verdadeira pelo seu grande poder. Amém.