A festa de Carnaval é celebrada durante os quatro dias que antecedem o período da Quaresma, que por sua vez são os 40 dias de “penitência” dos cristãos antes da semana da Páscoa. Durante a Quaresma, que começa na Quarta-Feira de Cinzas, uma das proibições costumeiras da Igreja Católica Apostólica Romana era a de se comer carne. Daí o nome carnaval, que para alguns etimólogos significa “prazer da carne”.
A ideia por detrás do Carnaval era que, antes das “tristezas” e continências que marcam o período da Quaresma, esse tempo viria para que o folião “esbanjasse” nos prazeres da carne. Portanto, seria no período de carnaval que, pretensiosamente, os foliões iriam “descontar” dos dias que deveriam fazer penitências religiosas (penitências essas que quase todos eles nunca observaram e nem mesmo sabem de sua existência). A origem histórica do carnaval não é muito certa, mas os historiadores afirmam que é uma festa antiga, da antiguidade clássica, com danças ruidosas, máscaras e uma licenciosidade desgovernada, o que certamente vemos nos dias de hoje.
Não podemos fechar os olhos para o despencar do nível da moralidade que há na mente e no desejo de muitos nos carnavais brasileiros, aqueles que exploram especialmente a nudez feminina, que dão excessiva ênfase ao sexo sem compromisso e promíscuo, e também reforçam o descontrole para com as bebidas alcoólicas. Essas coisas, que são claramente pecados diante de Deus, não devem, e não podem ser as bandeiras dos carnavais por este Brasil afora, pelo menos, não para os que conhecem a Deus e a sua verdade. Precisamos nos colocar contrários a esse tipo de “normalidade”.
Não que, nós cristãos, sejamos avessos a festas, como muitos nos acusam por aí. Mas, fato é, que queremos que as festas sejam momentos de alegria e repletos de respeito, quando famílias com suas crianças possam se divertir sem serem expostas a vexames e constrangimentos. Também não queremos fazer de uma “festa” pretexto para promiscuidade e abusos. Nunca! Devemos, como bons cidadãos que somos, ser promotores do equilíbrio, do bem, e da sobriedade, sem abrimos mão da alegria.
Infelizmente, por causa das intensões maliciosas e corações corrompidos de muitos, o carnaval se tornou um instrumento de preocupação, até mesmo por parte do estado. Doenças sexualmente transmissíveis são espalhadas com mais gravidade nesse período e o nível de criminalidade e acidentes de trânsito aumentam muito durante esses dias. Muita gente sofre com esses resultados danosos.
Nos preocupa observar que muitas pessoas nem mesmo percebem seus excessos, e pensam que esses índices elevados de maldade, criminalidade e acidentes devem ser considerados “normais”, e aceitam essas fatalidades dizendo que “no carnaval é assim mesmo”. Temos um compromisso com a Verdade, e assim devemos, antes de tudo, nos criticar a nós mesmos, e rejeitar os excessos e os abusos num mundo tão perturbado e sem princípios éticos e morais com base na decência e na ordem. Não podemos aceitar essas barbaridades como normalidade, mas buscar o equilíbrio e a sanidade em todo o tempo.
Percebendo os abusos que estão entranhados nas festividades desse período do ano, devemos deixar a hipocrisia de lado e fazer nossa autoanálise, dando assim novo significado a este período de festas. Devemos procurar sempre fazer e buscar o bem, o nosso e do nosso próximo; precisamos ser pessoas melhores a cada dia, cristãos melhores; precisamos ser bons exemplos para esse nosso tempo difícil, pois somos chamados por Deus para sermos o povo da ética do amor, da graça, do perdão, da bondade e da reconciliação. E o Carnaval não altera esse nosso chamado. Vivemos assim no Carnaval e no restante do ano.
Portanto, clamemos ao Eterno Deus por graça e misericórdia, para que sejamos instrumentos de Sua eterna paz, em todo o tempo, e especialmente neste tempo. Que seja assim!