Janeiro é um mês interessante. É comum desejarmos que dezembro passe logo para chegar o tempo das festas e também que o mês termine para iniciarmos um novo ano. Temos esperanças que o novo ano seja diferente do que passou. Esse ano em especial trás grande uma carga de expectativas, pincipalmente em relação aos novos governantes que assumiram o estado e o país. Vivemos tempos muito conturbados em 2018 e conversando com as pessoas observei que elas têm adotado basicamente dois tipos de postura: as que estão cansadas demais para esperar por uma mudança e as que realmente estão esperando que as coisas comecem a mudar nesse ano. É sobre isso que quero falar, sobre como lidamos com nossa esperança, em que confiamos?
O primeiro grupo está procurando por ela, não sabe onde encontrá-la. Já se cansou de tantas promessas e não consegue mais acreditar em ninguém. O segundo grupo se encheu de esperanças: “Um novo ano começou, agora a mudança vai começar! As coisas serão diferentes! ”
São apenas modos diferentes de encarar as coisas. Uns são pessimistas e outros otimistas, isso é normal. Mas, onde de fato depositamos a nossa esperança? Como lidamos com as possibilidades do nosso impalpável futuro?
Os dois pontos de vista que parecem diferentes, do ponto de vista bíblico, são uma coisa só. Vou explicar: tanto o otimista quanto o pessimista estão se guiando pelas circunstâncias. Estão ponderando sobre o que veem. Uns veem o copo meio cheio outros o veem meio vazio, mas ambos estão se pautando nas ações e nas expectativas geradas por homens.
Quando lemos o texto de Jeremias 17.5-10, vemos que a maldição do homem que confia no homem é autoexplicativa. O caráter do homem foi corrompido na queda profunda e completamente, de forma que confiar em homens é trazer condenação a si mesmo. Quando depositamos nossa confiança nos homens, como os que estão apostando todas as suas fichas nos novos governantes, por exemplo, afastamos o nosso coração do Senhor e certamente seremos enganados por um caráter corrompido pelo pecado e estaremos condenados a viver como uma árvore num deserto, que permanece seca e sozinha.
Do outro lado temos o grupo dos que estão pessimistas porque não encontram um homem digno de sua confiança e se sentem desesperançosos. Percebem que apesar de parecer diferente, no fundo é a mesma coisa?
O nosso coração é enganoso, como diz o texto, achamos que estamos certos por não confiar em A ou B e nos esquecemos de colocar o foco onde deveria estar de fato: no Senhor! Muitas vezes a nossa confiança está na força do nosso braço, na nossa competência e habilidade para resolvermos qualquer cilada que nos aparecer. Caímos na doce tentação de nos estribarmos no nosso próprio entendimento (Pv 3.5), mas Deus sonda o nosso coração e nos conhece, não podemos enganá-lo.
Devemos voltar os nossos corações ao Senhor e confiar somente nele. É linda a descrição do homem que confia em Deus: uma árvore que não se preocupa com o que pode vir, ela está plantada junto ao ribeiro que é o próprio Deus. Água que nunca seca, que jorra abundante desde sempre e para sempre. Ele é a força do seu povo!
Os que esperam no Senhor jamais ficarão sem esperança porque a salvação provida por Ele nos sustenta nas horas difíceis. Dele emana a força para continuarmos esperançosos, não nos homens ou na força do nosso próprio braço, mas nas suas promessas de nos sustentar e prover em todas as nossas necessidades, inclusive não deixando faltar as lutas, para que tenhamos a oportunidade de nos curvarmos debaixo da sua mão e mais uma vez estendermos nossas raízes para o refrigério que Ele nos oferece.